1 de mar. de 2012

Ana (Jurandir Bozo)




Ainda esta longe demais de mim
E ao perceber tal distancia, eu penso em calar
Calar meus olhos e meus pensamentos
Eles que buscam por Ana mesmo distante
Quem me dera ter o dom de manipular o tempo
Ou os espaços geográficos
Quem me dera poder ter Ana mais perto
Mas quando a vejo é que entendo
 Há algo além da geografia
Que me impede de chegar a Ana
Algo bem maior que física ou as explicações lógicas
Sim! Eu sei que na única vez que toquei em Ana
Meu espírito sorriu tímido e me veio um arrepio assustador
Ela contida mal sorriu, mas iluminava todo rol
A boca de Ana me roubava os olhares
Condiziam-me a fantasiar tolices
Como gostaria que os segundos e minutos
 Fossem mais compreensivos
Mas não, ela apenas se foi
E numa despedida desconsertada
Eu mais uma vez pateta atrapalhado
- Como não soube conduzir-me diante dela?
O que ela pensa de mim?
Talvez Ana tenha roubado bem mais que os olhares
Ana levará consigo um pouco dos meus sonhos
Dos meus pecados e arrependimentos
Linda! Assustadoramente linda...
Assim se seguem os dias e só aumenta a distancia
E Ana vai se afastando minuto a minuto
Palavra a palavra, Janela a janela...
Eu aqui passivo a observar seus perfis e fotografias
Já sinto que Ana não me pertence
Ou nunca me pertencerá
Seus beijos, suas curvas e pernas
Seu gosto, seu gozo e seus pensamentos
O amor de Ana, as paixões de Ana
Elas se encontram em outro planeta
 Moram nas estrelas e fazem mistérios
Respiram outros ares
Mergulha em outros mares
E vive em outra vida
Ainda me pergunto o que fica de Ana
Já que a sinto indo e indo, sem despedidas
Como quem vai para constelações mais distantes
Em mim fica de Ana um vazio
De algo que nunca tive
Um desejo de quase amor, quase paixão
Uma volúpia acelerada, algo ainda maior que eu
Uma vontade de quero mais do que nunca provei
Seu corpo, seus seios, seus pés, sandálias e saltos
Suas coxas, sua boca, minha língua ou minhas mãos
Que em frenesi decifrariam em braile
Os segredos impressos na pele e nos pelos seus...
Ficam minhas intenções não realizadas
Uma carta aos meus anseios mais profundos
De Ana fica uma lembrança prazerosa
Dos meus sonhos e delicias
Que se renderam a ela.

(poema postado em 12/12/2010)

Nenhum comentário: