11 de jun. de 2008

Versos Tortos (Jurandir Bozo)


Se te escrevo em versos tortos
Distante do que entendemos hoje por gostar
É por ter sentimentos maiores que eu
E um desejo de tomar-te em meus braços
Para docemente beijar tua boca

Se te escrevo em versos tortos
É por um simples desejo de está perto
Mais perto do que já estive
De teu cheiro e de tua pele
Que me desperta sonhos lúdicos

Mas já chega de ilusões e poesias
De imaginar teus beijos
Teus toques e sabores
Na frustração de se quer ter teus olhares
Ou tua simpatia da carne

Chega de invadir teu espaço
De falar a tua tela
De forçar situações e atenções
Ao desejo que é só meu
E que deixarei em meu peito para todo sempre

Termino com escritos
O que começou por eles
E prometo guardá-los nos computadores
Que testemunharam nossos contatos
Mais e menos íntimos

Maior que a dor que sinto agora
É saber do meu lugar
Sem luxuria ou provocações
Deixando a paixão que sinto por te
Órfã e esquecida dos sabores teus

Se te escrevo em versos tortos
Foi apenas para que descobrisse
Meus mais íntimos desejos
Implícito na frieza dos recados gentis
Que a tecnologia nos empoe com sua distância

Um dia ao ler tais versos espero que guarde em te
Todo sentimento que neles estão
E mesmo não sendo teu amigo ou amante
Possa ter de mim a certeza que foi amada
Em versos tortos que hoje escrevo para dar-te adeus...

10 de jun. de 2008

Mas hoje seria dia de chorar ou de sorrir? (Fabio Sirino)



Hoje é dia de chorar ou de sorrir?
Agora tudo parece doloroso demais
Para enxergar o óbvio
Poderia estar agora bem mais feliz
Mas assim a vida não quis que fosse
Poderia estar articulando as flores
Que desejei dar-te
Mas assim a vida também não quis
E mesmo com toda tristeza
Guardo dessa noite, não a angustia da perda
Mas a lembranças de ter sido o primeiro
A cantar-te parabéns
Espero que enquanto consolo os meus
E choro escondido
Que você possa ter em teu dia
A cor que trazes em teu sorriso
Pois como na música
-Tu ficas linda encabulada
E assim vou me apaixonar -
Mando então, um dos escritos mais doidos
E cheio de emoção que já escrevi
Gostaria que ontem tivesse pegado na tua mão
Para sentir tua calma

Invadir meus cantos mais escuros
Pois o teu sossego é minha luz
Talvez nem nos vejamos mais
Quem sabe da vida

Além da sina que se escreve nos céus?
Gostaria que se lembrasse de mim
Não pelos poemas, contos ou musicas
Mas sim pelos sorrisos que escrevemos
Nas telas de computador
E isso vale mais que mil palavras bem escritas
No fundo de tudo
Sou talvez um ser instável que ama ser quem sou
Cheio de problemas e riscos
Cheio de lágrimas e cicatrizes
Assim vos apresento o artista
Que sempre encena a vida real
Com nascimentos, rompimentos,
Amores, poesias e despedidas...
Mas hoje seria dia de chorar ou de sorrir?

3 de jun. de 2008

O Velho Palhaço e a Molequinha (Fábio Sirino)


Não se pergunte o que vejo de ridículo em mim
Ao cantar-te em versos mal escritos
Pois já estou exposto por demais
Nessa via de mão única ao teu entendimento
Há casos que ultrapassam nossos limites
Num reencontro já não desejado
Com sentimentos que há pouco
Achei estarem extintos...
.
Como se encantar
Por alguém que sequer viveu
Em plenitude um amor sem restrições?
Por que sonhar com teus lábios, molhada...
Se nem das chuvas que umedece os amantes
Sei se gostas ou se queres apenas se molhar?
O que pensas de mim é obscuro demais
Para que eu possa enxergar
E nele (no escuro) tateio por esse mundo teu
Sem saber das regras e papais
Tudo é muito colorido
Para alguém que procura viver em preto e branco
Sem risco e imprevisões
.
Talvez, linda menina
Não perdure um tempo maior
Na concepção que temos dele (do tempo)
Mas para mim é como se uma vida
Já estivesse vivido
Nesse curto espaço de conceito (tempo)
.
Tenho medo de cada palavra pensada a ti
Por não saber o porquê delas
De estar em campo desconhecido
Sinto-me numa guerra mesmo sem almejar vitória
Luto contra mim e meu sonhos
De ti tenho uma simpatia sem maiores minúcias
E nos teus olhos os detalhes se escondem
Entre os teus risos e a forma que me olhas
Muitos mistérios em tal poucos anos
E eu um velho aos trinta
Já não sei mais quando calar
.
Ao teu silencio o meu cilício
E teu corpo o meu pecado
Meu sonho um inferno dantesco
Onde de tudo desfrutamos
Eu o velho palhaço metido a poeta
E tu a linda molequinha .
(Para uma linda molequinha que veio para encantar meus dias.
Es um gira sol em riso e timidez na tez das manhãs...)

2 de jun. de 2008

Sonhos Escritos (Fabio Sirino)






Sim! Penso em sumir
Para calar meus desejos...
Há três dias se sucedem
Alucinações no meio da noite
E as descrevo assim como se real fosse
Acordando assustado com tudo
Sinto-me louco...
E quem dera que louco fosse


Mas talvez seja apenas a hora de calar
Sonhos, músicas e poesias
Calar a loucura e o resto de mim...
Quem sabe um dia ela volte
A minha casa ou ao café central
Para comermos juntos
Mais que nossa capacidade
De digerir o outro
Comer com os olhares e toques...
Mas hoje é uma noite
Para ficar acordado
Pensando nos sonhos
Que ela sem querer trouxe para mim...

É bem fácil ver o erro no outro
Sem buscar nele sua essência do belo
Mas se tens como banal
Todos os meus elogios
O que sabe ela de mim
E dos meus intuitos?
Além dos escritos e elogios
Que se seguem nos dias
Por mensagens e recados
Que subscrevo em segredo

Já não sei o que ela pensa
Sobre mim e meus medos
O que ela tem como opinião
Das linhas que traço a ela
Em versos tecnológicos
Onde se esconde um eu mais velho
Não quero crer que passou meu tempo
Dela se quer esperança tenho
Preciso apenas acordar
Ou calar meus escritos.