26 de mai. de 2011

O Cheiro da Orquídea (Jurandir Bozo)

Foto roubada.Modelo: Mariane Vasconcellos


Veio-me de forma inesperada
Como se o acaso soprasse em minha direção
Em face de um livro de contos fictícios
Repleto de hipérboles
E mesmo redundante
Vinha em mim uma necessidade
De descrever ou explicar o obvio
Como se a beleza precisasse de conceito.
Mesmo longe, mesmo leigo
Os tons cegavam-me os dedos
E a força contida na delicadeza
Desarmava meu pequeno arsenal
De palavras repetidas
Algo entre olhares e comentários
Posto isso, todo o resto perdia o sentido
Eram menores que a imagem dela
O desenho das pétalas
As curvas sinuosas
A delicadeza mais profícua
Roubava atenções e suspiros
Dos outros tantas admiradores como eu
Ali, atónito passando quadro a quadro
Eu o desconhecido
Ficava preso a imaginar sandices
Fabulando sobre o cheiro da orquídea



Como tantos que roubam flores no pé, aqui na net, roubei esse em seu perfil.
Pois não poderia deixar de ilustrar esse poema com a sua imagem.
Espero que goste e não se sinta ofendida e entenda as entrelinhas dessas humildes palavras que vos oferto.

22 de mai. de 2011

O Anjo Triste do Norte (Jurandir Bozo)


Parem as maquinas que erguem
Quero apenas voltar a ficar deitado
Entregue aos ciclos que volta a mim
Entre a estupidez da minha consciência
E a crédula dissintonia da minha imagem
Minha cabeça trabalha sempre contra mim
Contra as minhas vontades
E enxergo-me sempre com as cores que não sou

Hoje é dia que a tristeza vai ao cinema
E degusta minha vida em uma seção nacional
Na promoção de pipoca grande mais refri de 300ml

O filme é o mesmo e suas reedições obvias
Fazem da monotonia das minhas expectativas
Empobrece o roteiro enredado
Uma apresentação dos resultados das minhas escolhas

Eu ainda falo, mesmo sem ver, e com ela ate um sorriso escapa
Minha cara larga abre feições e meus dentes amarelados
Já sem cigarro ou outros fumos
Não destoa todo resto externo de mim
Mas o que podemos querer alem do que enxergamos

Assim a imaginação das suas lagrimas me encantam
Como a torpor signatário dos sentimentos lacônicos
Que mesmo ultrajantes me fazem ainda ser o que sou
-Um merda que ainda se infla de vaidades mundanas-

Ela com todo seu medo de ir à rua
Ainda me leva para perto
Ainda me deixa longe
Voltas e voltas sobre meus segredos
Idas e vindas das mais profundas mentiras
Profundas e prolixas paixões ainda invento
As vivendo como realidade plena que são

Mas você não esta aqui e sempre que falo algo
Ponho as pessoas em fuga
Mas tenho medo de calar-me ou de apresentar-me
Longe dos palcos sou ainda mais horrendo
Eu calado sinto-me só

Regido pelos rompantes librianos e artísticos
Vôo a outro planeta numa poesia envelhecida
Que de tão pobre vivi a s repetir em desertos
Pra noutro campos serem bem mais que minhas pretensões
Serem iguais a tantos outros meus que me põe distante
Dos sonhos que não me calam
Dos medos que nunca acabam
E assim vinda do norte os caçadores
Das minhas imaginações ainda lembra-me alguém
Que a muito sei quem é
E por mais que o conheça
Fugir dele é o que me resta
Pois seus fracassos são tão familiares  
Quanto minhas próprias escolhas

Ai me vem mais uma estrela
E escuto dela seus amores
Suas aventuras
E um eu tolo e cheio de princípios inúteis
Que ainda me fazer parar e ler em seus olhos tristes

Então corro e fujo de algo que se quer decifrei
E entre as mensagens codificadas que me sugestiono
A ficar decifrando tamanhos de sentimentos que tenho por ela
O imenso medo da solidão é quem mais me escraviza
A seguir a sedução e os encantos do Anjo mais belo e triste 
Que veio do norte.






(Acabei de fazer esse poema pra uma Menina Mulher que muito me assusta ao mesmo que encanta! Mila esse poema foi feito só e unicamente pra vc.)

14 de mai. de 2011

Jurandir Bozo (OUTRO BLOG)



Reativei um espaço que levava meu nome, mas que tinha sido criado por um grande amigo-irmão (Ernani Viana) que faz parte da minha vida na forma mais presente que se possa imaginar, seja no pessoal ou no profissional. rs. Mas como ele é uma pessoa muito atarefada e corre pra lá e pra cá, acabou ficando meio que parado e um dia ele disse que eu deveria movimentar esse espaço e me passou o blog. Eu deixei o mesmo criando teias de aranhas e por esses dias eu resolvi ativar-lo. 

Esse outro blog é um espaço totalmente diferente aqui do Manicômio, lá postarei coisas relacionadas aos meus trabalhos e projetos, também postarei opiniões e criticas ligadas sempre ao universo das artes.

Espero a visita de vocês por lá. http://jurandirbozo.blogspot.com/

11 de mai. de 2011

Conta-vida (Jurandir Bozo)







Passa, passam
Os segundos correm
E menos nos restam
Por mais felizes que estejamos
O filme sempre tem seu fim
Finais felizes também
O inicio é sempre parecido
Abrem-se as portas
Entram o publico
Apagam-se as luzes
Ligam-se os projetores
Mas é no transcorrer da historia
Que o tempo rege o roteiro
Delimitando o que em essência
Deveria ser perene

7 de mai. de 2011

Bons Ventos (Jurandir Bozo)




Ainda ontem
Roubo-me a lembrança
Feito um vento
Que sem explicação vem e nos invade
E assim invadido fiquei
Preso a tudo que não sei

É engraçado
Mas tenho a estranha mania
De me encantar com o desconhecido
O inédito, o nunca visto
E quando a vi senti a força das repetições
Como se fosse apenas um critério meu
Quando na verdade
Estava alheio as preferências
E entregue a beleza dela

Ainda fica em mim
A força expressiva dos olhos
E a forma das curvas
Que no vestido eram desenhadas
A boca, o contorno da nuca
A pele clara
O tom da voz
Um perfil de imagens e flores
Num varal de poesias


(espero que a moça dessa foto não se zangue por ter roubado ela para ilustrar o poema.
Se bem que qualquer semelhança não é mera coincidência. )

6 de mai. de 2011

Ócio (Jurandir Bozo)




Mais que o acaso ou som da Tv
Minhas palavras se juntam
E escrevo ainda com preguiça

Hoje Volto aqui e ainda não me sinto a vontade.

Quero talvez encontrar lugares e pessoas
Algo que eu ainda não conheça
Assim talvez saia de mim algo melhor que hoje.

Por hora, deixo que o sono vença as pálpebras.

Deixo a promessa de que retornarei depois
Mas não digo ou determino prazo
Para ir ou para voltar.