9 de mar. de 2008

Olhares de Raquel (Fábio Sirino)


Chega com ar simpático
Mesmo cansada
Ela sorri com graça
E eu sem nada saber
Onde fantasio em pecado teus mistérios...
Decidimos em vão
Pois nem tudo segue a programação
São apenas dois dias ou três
Nada mais que nos aproxime
Além da minha curiosidade
E do teu sorriso
Não sou tão fã de regue
Mas quando a alma vibra, as ações correspondem
Independentemente do teu lindo vestido
Vejo mais que uma menina
De olhar doce
Vejo fogo escondido nele
Em campos e estradas que ainda não andei
Em abrigos e espaços que não arquitetei
E por não conhecer, talvez, me encante ainda mais
Pois nem sempre se percebe o essencial
Em vidas vividas e perdidas
Nas certezas que já tivemos
Nas duvidas que ainda trazemos
Dessas mandalas de tempos passadas
Pois quando ela me olha
Sinto como se voltasse para onde nem me lembro mais
(Um canto seguro, e só.)
Despretensiosa, leva-me além dos lugares que conheço
Vão com os olhares dela
Todo meu entendimento de ainda ser eu
E mandaria a merda à filosofia
Pois nela não me sinto descrito
Quero um saber que me explique quem ela é
Talvez implodir toda imagem já sonhada
De seus vestidos, sorrisos e pecados.
Quero, talvez, saber dos segredos e medos
E assim, quem sabe, morar nos sonhos dela
Mas nada sei além dos risos
E ela nada sabe, nem da minha música
Então seguimos
Assim, como estranhos
E eu, mesmo errado ou impedido
Fico a imaginar, além dos olhares de Raquel.