20 de jan. de 2012

Sonolência (Jurandir Bozo)



Amanheceu, e mesmo de olhos abertos
Sinto-me como se estivesse dormindo
E sem acordar vou às ruas
Ao trabalho, a banca de revistas, ao café
E tudo parece errado
As pessoas, minha paciência, meu cansaço
Meu cigarro
O transito, o mar, o cão que me olha
Sento a observar
O céu, os pássaros , o cão que ainda me olha
Observar algo que não seja eu
Que não esteja cansado
Que não esteja dormindo
Que não esteja morrendo
Que não esteja sonhando
Que não esteja chorando
Que não esteja amando

3 de jan. de 2012

O Nosso Amor em Plural (Jurandir Bozo)





Já não sei mais com o que me importo
Minhas contradições se encontram em evidencia
Onde vivo o auge de todos meus receios
Proveniência do amor, e o que ele provoca
Medo potencializado de não mais amar
Como se todo universo fosse de um só ser
Dedicamos momentos de angustia a ele
O amor é mais que algo vivido
O amor é uma espera quase interminável
Incompartilhável, não divisível, não diluível 
Imprevisível, mutável, contraditório
O amor é totalmente pessoal
Fila para uma felicidade projetada 
O amor poesia, o amor musica sertaneja
O amor obra de arte, o amor devoção
O amor contido, o amor explosão
E assim pelo desprezo ou pela sublimação
Seguem de forma controversa nossos entendimentos
De tudo que vivemos ou omitimos um dia
Do nosso amor, paixão, tesão, carinho, respeito
Do nosso amor, ficção, mentiras, fotos e metáforas
D o nosso amor , sacanagem, pegadas, ficadas e chupadas
Apertão no peito, pernas bambas,
Do nosso amor, desrespeito, trepadinhas as escondidas
Do nosso amor, fim, partida e uma quase indiferença
O nosso amor em plural nos vestiu de vícios 
E “nus” levou a um afastamento singular