15 de dez. de 2011

Carol... (Jurandir Bozo)




Onde estão os pensamentos de Carol?
O que ainda se esconde nos risos
Onde meus olhos não chegam
E quem de fato seria ela?
Suas paixões, suas manias
As musicas que repete
As historias em replay
Suas poses, suas afirmações
A contradição que encanta
Numa brevidade de anseios
Os minutos se esgotam
E ela ainda linda
Não parece temer os prazos
A validade dos amores
Assim ela enxuga as paixões
E quando acredito em seu silencio
Ela apenas abre a janela e sorrir
Para que o mundo se encha de outros sentidos
Sentidos opostos as minhas vontades
Ao que pensei compreender
Pois ela vem, ela vai, ela volta
Na flexibilidade da interconectividade
Num romantismo atual
Traços da modernidade
E mesmo assim
Sua beleza vai surfando
Sobre meus manjados conceitos... 

220 (Jurandir Bozo)





Não ache que sou presa
Apenas porque me acertou um beijo
Pois mesmo lento e ferido
Eu sou mais que os rótulos
Que querem me impor
E minha vontade de abarcar o mundo
Não me deixa preso a tristeza de agora
A paixão de agora
As lembranças de agora
Não parcelo meus sentimentos
Nas poesias que escrevo
Nelas eles e eu vão inteiros
Pois não tenho medo das raízes que criei
E não lamento as tantas que cortei
É essa vontade voraz de mais
220 volts
Que me faz único
De extremos colaterais
Sazonal, amores prolixos
Excesso de palavras, de sonhos
Onde conveniência e coerência
Caminham juntas rumo ao infinito
No meu Rio que não deságua
Então ficam a lua, o sol
Uma franqueza gigantesca
E tudo mais que possa me atrapalhar
Esse ainda sou eu
Ontem
Agora
Talvez até amanha
Sorria baby
A bem da verdade
Talvez esse tenha sido nosso ultimo papo
Pois ao fim da postagem
Já não me sinto fiel
As descrições que fiz de mim


5 de dez. de 2011

Espaços Librianos (Jurandir Bozo)




Uma menina que não cansava de falar pelos cotovelos
Dividindo as atenções
Entre as novidades que o acaso apresenta
O quem a pouco havia conhecido
Indo noite adentro
Noites afora
Abraçando o novo
Beijando recordações
Ele ou ela
Sabendo vezes mais, e vezes menos
Que quem é pago para compreende-la
E mesmo atraindo as vistas estranhas
Do que ainda não percebes
Faz-se invisível
Como se esconder seus olhos
Fosse algo possível.
Neles tudo se agiganta
Os medos e tristezas se multiplicam
Em seus interiores
Espaços e sexo indefinidos
Refugio libriano desorganizado
Como se o mundo estivesse sobre sua cama...
Em rolados em panos e papeis
Que ainda insistes em guardar...
Registros prolixos
Do que ainda
Enxerga em si
Como defeito
E não como beleza e encanto
Que irrigou o poema


3 de dez. de 2011

A Tua Boca (Jurandir Bozo)





A tua boca roubou-me a atenção
E nela suas palavras
Numa quase tortura saborosa
Escorregavam certeiras
Em tons que me acendiam...
Ouvia atento seus brinquedos proibidos
Enquanto proferias sentenças ao passado
Relatos e ousadias
Para o que ainda parecia não conhecer
Assim aos que desfrutaram contigo
O seu melhor seguiu desacompanhado
Deixando delicias e encantos
Os mais fundos suspiros
Seus lábios, outros lábios
Tantos e quantos delírios
Cabem em uma só noite com você?
A tua beleza incendiava meu olhar
E mesmo próxima
A distancia que restava permanecia
Como se nunca fossemos nos tocar
E assim ficava mirando seus lábios
Queria mesmo era uma tatuagem a esmo
Com a cor quente do seu batom
Algo que eternizasse  
O rastro que sua beleza emana
Ausente, eu não abstraio
Imaginando com malicia
Suas delações intimas
Contextualizando em sensualidade
Sua desconfortável sapatilha amarela
E curto vestido estampado
As coxas grossas, os olhos devoradores
O humor jovial a disposição ao atrevimento
O show estava quase completo assim
Seu vento chegando aos meus segredos
Exótico, eu me sentia esquisito aos demais
Deixava-lhe a temporalidade do seu coletivo
Mas sem espaço para dar-lhe o que mais queria
Eu resolvi apenas ir
E fui ainda querendo ficar
Com a premissa do beijo que não dei





24 de nov. de 2011

Equívocos ? (Jurandir Bozo)




Eu prefiro muito mais
A superficialidade das paixões
Profundas, quentes e intensas.
Que a frieza do que chamam e vivem
Como amor verdadeiro.
Prefiro os sintomas da doença
Que os efeitos colaterais dos remédios
A síntese poética, a uma saga formal e previsível 
Mas vale a decepção que um covarde preconceito
Assim torto, largo, espaçoso
Sigo vazando sinais
Afinal o vermelho sempre me caiu bem
Gosto do único, do novo
Antes o toque arriscado da pancada afoita
Que a segurança da solidão contida
Pelo esmo ou pelo teto
Nossas precauções não mudam as estrelas de lugar
Mas a ousadia muda toda nossa historia
Por isso que ainda prefiro as paixões
Seus equívocos
E ate mesmo sua brevidade
Que a certeza do amor
E seu monótono prazo de validade. 





18 de nov. de 2011

T. P. M. (Jurandir Bozo)





Não preciso mais de esperanças
Eu preciso é de soluções imediatas
Ações que me garantam êxito
Algo material que supra meus sentimentos
Anteriormente desregrados.
Surge em mim com isso o insuportável
Dor, solidão, carência
Mas em proporções femininas
Em dias não muitos especiais
Meus hormônios se agigantam
E rasgam minha paciência e civilidade
Sinto-me quase menstruando...
Onde estão os amores que não vivi?
E a igualdade que me garantiram em lei?
Mas falando a verdade
-Pouco me importa a igualdade
Hoje eu quero saber mais de mim
A merda todas as leis e todas as outras dores
Maiores ou menores que as minhas
-Quando estamos infelizes
Não nos faz mal um tanto de egoísmo 



14 de nov. de 2011

Incendiado (Jurandir Bozo)




Como alguém que nunca fez parte de minha vida
Pode fazer tanta falta?
Em dias que sinto seus olhos de sol
Invadindo minhas janelas
E por elas chegasse aos ritmos do meu coração
Acelerando o andamento da minha bateria
Numa voltagem ainda maior que os duzentos e vinte
E o que era ciranda vira um verdadeiro carnaval
Como posso fugir de suas chamas
Se seus defeitos me corrompem  
Se meu corpo pede por seu calor
E esse talvez seja o maior perigo do fogo
O fascínio que exerce em mim

13 de nov. de 2011

Em Meu Olhar (Jurandir Bozo)





Minha vista dói
E cansado meus olhos procuram a escuridão
Como se estar no escuro
Fosse o mesmo que estar dormindo

Passam as horas e canso dele também
Meus olhos agora molhados
Pousam as pálpebras em lagrimas
E faz chover em mim
Meu céu solitário deságua
Um dilúvio de desejos insólitos

Deixo então outras reclamações
As que ainda não fiz
As que ainda não conheço
Pois no fundo
Sei de todos os meus porquês
Mas tal certeza não me liberta
Preso ao convencionalismo
Meu coração pulsa
Por uma vida que não me pertence


"À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."¹









1) Referente ao poema tabacaria de Alvaro de Campos

30 de out. de 2011

Procura-se!




Procuro um amor
Alguém que traga nos olhos
Uma vontade de amar
Que seja leve, forte, e as vezes densa
Não quero alguém com manual
Quero ler na pele tateando segredos
Seus pelos, suas curvas, seus seios acesos
E em seus lábios as respostas que saem sem som
Procuro um amor que me olha a alma
Que leia meus poemas mais tolos
E que no meio de muitos enxergue em mim
O que nunca percebi ter
Que me faça cafunés
E brinque de puxar meus cabelos
Procuro um amor que discuta relação
Que faça amor de olhos abertos
Olhos que busquem os meus
Procuro um amor que ouça forro,
Mas não suporte o Calypso
Que goste de samba
E tenha uma quase intolerância ao pagode
Que dance coco, xote e valsa
Que seja do povo sem ser vulgar
Procuro um amor que adore política
Sem a inviabilidade do meu radicalismo
E saiba colocar-me no lugar
Fazendo-me ver erros e vícios
Que seja ela, que tenha problemas
Procuro um amor que me ame
E que possa entregar meu coração
Ou mais que isso
Procuro um amor que se ame
Mas que não viva sem mim...

20 de out. de 2011

Os Olhos Dela (Jurandir Bozo)




A luz das chamas das noites ensolaradas
Ocupa meus espaços vazios, meus cantos
E nesses momentos de vinil
Meu imaginário percorre teus mistérios
Perdendo a margem que avisa-me quem sou
Derretendo-me, envergando-me
Redescobrindo formas
Que meu corpo havia esquecido
Ainda errado, ainda avesso
Desconheço-me em paixão
Escorro em desejo
E mesmo amando a ideia que faço de te
Não sei nada mais que isso...
Nada mais que os olhos Dela...

11 de out. de 2011

Atado (Jurandir Bozo)


A Escolha da Liberdade

Nada é tão profundo e cheio de mistérios
Quanto às curvas da tua beleza!
Num desconhecimento perigoso
Arisco-me aos teus prazeres
Ou as tuas palavras
Mas a mim não são diferentes
Ambos me roubam a lucidez
Pousando em te
Meus olhos ciganos
E a minha vontade de seguir
Perdem força e param
Foge de mim o direito de escolha
Pois sem te
Qual liberdade poderia ser plena?



7 de out. de 2011

MARIA BETHANIA - JEITO ESTUPIDO DE TE AMAR



Um jeito estúpido de te amar
 (1976)

Composição : Isolda e Milton Carlos
Poema de abertura  de Fauzi Arap
Declamado por Maria Bethânia

 Interpretação : Maria Bethânia
Trecho de abertura do show  Pássaro da Manhã
Autoria :Fauzi Arap 

Eu vou te contar que você não me conhece...
E eu tenho que gritar isso porque você está surdo e não me ouve!
A sedução me escraviza à você ...
Ao fim de tudo você permanece comigo,
mais presa ao que eu criei e não a mim .
E quanto mais falo sobre a verdade inteira um abismo maior nos separa ....
Você não tem um nome , eu tenho...
Você é um rosto na multidão ,
e eu sou o centro das atenções ,
Mas a mentira da aparência do que eu sou ,
e a mentira da aparência do que você é .
Por que eu , eu não sou o meu nome,
e você não é ninguém ...
O jogo perigoso que eu pratico aqui ,
ele busca a chegar ao limite possível da aproximação.
Através da aceitação , da distância , e do reconhecimento dela.
Entre eu e você existe a notícia que nos separa ...
Eu quero que você me veja nu , eu me dispo da notícia.
E a minha nudez parada , te denuncia , e te espelha...
Eu me delato , tu me relatas...
Eu nos acuso , e confesso por nós.
Assim , me livro das palavras,
Com as quais você me veste .


Eu sei que eu tenho um jeito
Meio estúpido de ser
E de dizer coisas que podem
Magoar e te ofender
Mas cada um tem o seu jeito
Todo próprio de amar
E de se defender
Você me acusa e só me preocupa
Agrava mais e mais a minha culpa
Eu faço e desfaço, contrafeito
O meu defeito é te amar demais.
Palavras são palavras
E a gente nem percebe
O que disse sem querer
E o que deixou pra depois
Mas o importante é perceber
Que a nossa vida em comum
Depende só e unicamente de nós dois
Eu tento achar um jeito de explicar
Você bem que podia me aceitar
Eu sei que eu tenho um jeito meio estúpido de ser
Mas é assim que eu sei te amar.

Palavras são palavras
E a gente nem percebe
O que disse sem querer
E o que deixou pra depois
Mas o importante é perceber
Que a nossa vida em comum
Depende só e unicamente de nós dois
Eu tento achar um jeito de explicar
Você bem que podia me aceitar
Eu sei que eu tenho um jeito meio estúpido de ser
Mas é assim que eu sei te amar.

1 de out. de 2011

Insônia (Jurandir Bozo)



Meus olhos pensam
E talvez tivesse que estar ainda dormindo
Cansado as palavras perdem força
E não mensuro o tamanho da minha solidão
Em meio aos raios de sol que começam a entrar
Pelas frestas das janelas do meu apartamento
Suado minha inquietude aflora nervos quase sãos
Assim ente meus poemas queridos
Visito conhecidas paginas
Vídeos já visto
Musicas não inéditas a mim
Um livro de paginas repetidas
Não quero novidades
Dei-me de presente ao tédio
E assim talvez me suporte menos
Abreviando questões obvias
Pela razão a opção mais temerosa
Fuga, loucura, fim, recomeço
A morte tem me causado bem menos medo
E conviver com a sua presente realidade
Deixa eminente sua chegada
O sono é que não vem 
Deveria vir e me ganha o cansaço
Mas quero bem mais que dormir
Hoje queria descansar
Em paz.

25 de set. de 2011

A Distancia (Jurandir Bozo)




Por mais que resista sei que ainda há amor em mim
E tal certeza amedronta meus anseios de aventura
Mas cansa convencer-te que enxergo em te
Uma beleza que tu sequer desconfia ter

Foco esforços e saudades do que nunca vivi
E para realizar fantasias ouso até viajar
Buscar-te seja onde for e mostrar-te que sou real
Que meus beijos e toques são teus desde o dia que te li
E assim entreguei meus sonhos e vontades

Talvez fosse a hora de buscar um farol
Luz para as duvidas que despertem receios
Indo ao encontro teu com ar apaixonado
Mas sabendo de meus valores e defeitos
Não engano ou vislumbro ser maior que sou
E a firmação de tais critérios me deixam lucido
Mesmo encantado com a luz que emana
Via cabos e fibras que encurtam nossa distancia

Um dia talvez entenda meus encantos
E minhas poesias não declaradas
Sabendo que todas elas tinham o mesmo destino
Pois a te ofertei escritos tímidos
Que ousavam ate excitar-te
Mas não pretendiam invadir espaços íntimos
Segredos ou confissões não reveladas

Ainda ouso guardar de te todos os fascínios
Que me levaram ao encontro da paixão
Deixo estão registrado em poesia
A mais profunda queixa
Das tantas duvidas que ofertavas a mim
Das palavras que vos bem dizia
Dos elogios que ainda moram acesos
Num peito que palpita lembranças tuas
De uma sobrevida quase nula
Onde a fantasia norteava
Uma quase descrente realidade
Do possível amor que não aconteceu
Pois nem sempre o silencio tem algo a dizer... 



O Rio e o Vento (Jurandir Bozo)





Hoje ouvi alguns conselhos do rio
E com os olhos molhados pelo tempo
Deixei-me levar por suas historias
Boiando correnteza a baixo
Quem sabe assim eu mesmo ferido
Possa correr leve em meu curso para o mar
Indo contra o vento
Deixei com ele ( o rio)
Os últimos gritos entalados
O ultimo refugo de desistência
Minha pulsação mais temerosa
Pedindo para que levasse consigo
O que já não mais me serve
O que a muito me atrapalha
Enxergo nas margens do rio
Uma tele que exibi minha vida
E sentado sobre a areia
Revisito minhas memorias
Sem o mesmo ar infantil
Então escrevo na areia
E uso o vento como borracha
Deixo que ele (o vento)
E o rio, apaguem de mim
Tudo que já quase me afoga.

22 de set. de 2011

Seus Caminhos (Jurandir Bozo)





Desconhecida, chegou-me em mistérios
Leve como vento, suave como uma seda negra
Busquei olhares e trejeitos
Como se fosse algo a ser decifrado
Mas seus segredos
Estão nos mínimos relevos de sua pele
Em curvas e passos que dançam
E na sobra dos olhos escuros
As historias que quero aprender
Medos, anseios, prazeres
Suas intimas fantasias e vontades
Em uma loucura quase tímida
E uma timidez quase louca
Espontaneidade que me seduz
E assim feito o cheiro do seu café
Sua lembrança me invade
E não poderia ser mais encantadora
Deixando-se conduzir em canções
Suas mais presentes recordações
Linda jovem, insegura, livre
De flor no cabelo e beleza matreira
Feito sol seu sorriso
Encandeia meus esconderijos
E assim exponho em poemas
Tentando penetrar em suas angustias
Meus mais profundos erros
Com um labirinto de perguntas
E cruzamentos contrários
Quem me dera ter acesso a suas placas
E assim conseguir chegar a você
Sem agredir seus mais frágeis escudos.