29 de nov. de 2009

Quando Se Mata um Amor (Jurandir Bozo)



Como doem em mim minhas escolhas
Como dói o rumo do rio que não nos banhou
Perder-se-ão risos e a vontade de ri mais
De falar-mos e ouvirmos deus
Tudo foi-se nas margens plácidas de uma realidade fudida
Poia da não obviedade que chegou a mim tua luz
Deixando as minhas águas claras
E sem maiores relatos lavando meus olhares para o belo
Que se esvaiu a um eterno desencontro
Onde pensava ser eu e de forma proposital
O autor de mais essa morte
Na verdade éramos ambos culpados
Levados ao veredicto que nos fugia o controle
As distancias dos corpos e das vontades
E eu ali prolongando intencionalmente
Uma despedida que se tornava mais minha
A cada pedaço da historia que não vivíamos
O sofrimento de perder-te de vez
Não pelo beijo, não pelo cheiro,
Tão pouco pelo sexo
(- não estou falando em ausência dos meus desejos)
Nada além da minha fértil imaginação
("De seres um amigo colorido")
E da tua cumplicidade para com ela
Findou-se o encanto e os assuntos
Vemos-nos e de certa forma nos evitamos
Ao constrangimento da constatação
Irrefutável da indiferença que nos cercava
Em meio a tatos amigos e olhares...
Para onde foi nosso saboroso humor?
As perguntas intermináveis sobre te?
Os sonhos que te deixavam rosada?
Talvez não penas por isso
Sepulto umas das minhas historias
Repleta de fascínio e desejos obtusos
E assim com papel e irrealidade
Enterro uma das paixões maiores
Que vivi em plena literatura
Nessa prolixa vida de palavras e poesias.
Com olhos marejados nos teus já saudosos recados.
Hoje é dia se chorar, pois decidi matar um amor.


Para uma linda menina que no intimo das minhas fantasias e sonhos sempre morara no meu coração abatido de difusor de loucuras em forma de poesia. Que todos os anjos digam amem para tua felicidade linda Camila.


15 de nov. de 2009

Ressaca das Mascaras (Fábio Sirino)


Cansado das mesmas manhas
Por vezes reluto acordar ressacado
Como se o meu medo do vazio
Tomasse os espaços vagos em minha vida
E ocupassem os cômodos da casa
Assim ao levantar ponho as mascaras
As que forçam o sorriso
As que fazem os outros rirem
Já sem perguntas, sem satisfações
As horas correm lacônicas
Mas ainda escolho caminhos já percorridos
Esperando das convenções as perguntas
Com a obvia resposta
- Tudo bem e você?-
Quem além de mim
Dentre esses tantos que festejam a minha volta
Sabe para onde vão meus olhares
Dançando lento num baile de vaidades
Querendo saída, maquiagens e novas mascaras
Sendo eu numa verdade particular
Expansivo na imensidão dos desejos
Trancado entre carnes, sangue e ossos
A visão presa a mim sega as claras
Pois a escuridão das meias palavras me conforta
E espero do destino a surpresa
Olhos de banco
Depósitos de historias
Cansado de filas
Das manhas que me fazem acordar
Quem dera dormir para sempre
Quem me dera não acordar mais
Esquecendo o estoque de mascaras
E tudo que nunca saberei de mim.

5 de nov. de 2009

Um Vício Quase Perfect. (Fábio Sirino)


O que mais posso esperar
Se as coisas que mais amava hoje me soam estranhas
Como se algo corroerá meu paladar
Assim meus olhos sem brilho
Perderem o ritmo, a musicalidade
Sem cor, sem medo da morte ou da vida
E por meses fui à ficção que os outros esperavam de mim
Mas o acaso tratou de mostrar que avia beleza pelo mundo afora
Eu que não perceBia a perfeição das coisas
As cores e formas que caminhavam em desejos
Ensaiando para o imaginário das vaidades
Provocando cobiça cruzadas em vermelho
Assim redescobre o medo
O nervosismo, a timidez
E mesmo oculto me sentir nu
Aberto ao fascínio e posto aos pés da formosura
Sem perspectivas ou esperanças
Aguardo apenas o próximo fleche
Pois meus olhos têm um novo vício.
A sede de você.

4 de nov. de 2009

Scarpiin (Fábio Sirino)


Provoca-me com teu scarpiin
Que eu sonho ainda mais
Sonho com tuas formas descobertas
Em ter-te algemada as minhas fantasias
Lentamente te despindo das vaidades
Que escondem nossos medos
Que não nos solta
Ali frente a frente com eles
Tocar-te ternamente e assim acalmando-a
Deixar teus extintos aflorarem
Sem tarjas ou olhares desfocados
Olho n’olho... Próximos, íntimos/
Nosso musica seria uma respiração profunda
Compassada num blues
Num rito quase sem fim
De beijos e caricias mil
Cabelo, orelhas, pescoço, seios acesos...
Corpos incandescentes... Entregues para assim livrar-nos
“Livrando-nus” de seu e Jens e do scarpiin
E assim a beijar os pés e subir buscando mais
Percorrer tuas pernas grossas e torneadas
Indo na busca do teu sacro cheiro
Enquanto meus dedos passeiam por tuas curvas
Lendo tuas marcas, tuas dores e delicias
Desvendando em braile a textura de tua pele alva
E assim ouvindo teus sons e sentindo o sopro do teu prazer
Ousaria mais... Falando em línguas
Num dialeto que pertence aos Santos
Assim a mar das tuas vontades já revolto
Molharias com ondas virtuais meu porto vazio
E eu lavado no sumo do teu sexo
Sugaria assim o necta da vida
Para não mais esquecermos
Ou não mais acordarmos...
Pois tudo não passa de um sonho...



Para uma linda e delicada moça que andas sobre os desejos e encantos.
A Loren com todo meu carinho e respeito sacana. rs

Uma Mulher Perfect... (Fabio Sirino)



É madrugada e meus pensamentos não calam
Passa por mim algo que também não consigo descrever
(Tão pouco explicar-me)
E como a pouco sentir
Vejo as palavras fugindo de mim
Como se buscassem a ela
Correndo juntas as imagens
Aos vídeos e fotografias
Assim correm minhas fantasias involuntárias
Por baixo dos seus pés
Por entre suas coxas
Mergulhando em luxuria nas suas bocas
Aventurando decifrar seus risos
Nas mais diversas expressões
De dor, atenção, tesão...
O que mais falta a ela
Se a ela pertence a beleza das coisas simples
E o refinamento dos que dominam a sedução
Em cada olhar novas mensagens
E neles uma luz de quase tristeza
Que nos convida a entrar inda mais e mais e mais...
Ali, bem ali, ao fundo da sua infinita beleza
Assim vislumbro o impossível
Como se todas as poses tivessem sido para mim
Uma miragem surreal na tela do meu PC.
Fruto dos seus encantamentos
Perco o sono e me vem uma vontade louca
De gritar o seu nome no meio da rua
Talvez assim a sede de você passe
Como poderei esquecer se mesmo de longe
Seus pés é um vicio
Que rasgam a minh'alma pela madrugada
Como se não bastasse ela ser linda
Ela traz consigo uma doçura
Que me põe em fuga
Pois ela é aquela que faz os outros felizes
(E eu já acostumado a ser triste)
Mas e ela? Será que basta ser Perfect?

3 de nov. de 2009

Um Poema aos Teus Pés (Fábio Sirino)


Pelos teus dedos correm minhas fantasias
Passivo a observa teus pés se despirem
E eu como tantos a imaginar-te
Entre mãos, setas e pontos
Minha imaginação trava, fixa em tuas senas
Em partes curtas
Em tiras e feches que atiçam
Meu fetiche que em te se aflora
Nas cores e formas que a te pertencem
Que em cobiça faz correr água a minha boca
E salivando sonho ainda acordado
Em tocá-los, em beijá-los, em tê-los
Assim saber de te a imensidão do que eles falam
Prestos, vermelhos, marrom, prata...
Baixos, altos, fechados e abertos
O que adorna tua beleza em primazia
Não são os sapatos (as meias)
Mas a tua sensualidade ao absolvê-los
E principalmente ao livrasse deles
Causados ou desnudos
Teus pés são parte da beleza que exercita
O inicio de que se mostra
Em ser desejo e ser mulher...

A uma linda mulher com muito charme e sensualidade encanta com a beleza de seus pés.
A Bia Perfect

Olhos que Quero Conhecer III (Fábio Sirino)



(A Febre.)

Aproximasse de mim
Feito uma assombração para meus pecados
Uma moça de pela clara
Ela rodeava-me, cercava-me
Não me sentia dela
Mas a cobiçava com apetite voraz
Seus cabelos e seus seios
Suas coxas e seus pés
Que dançavam em saltos onze
Tudo girava com seus movimentos
Enquanto eu, estático observava
Cobiçando, com medo, covarde ali quieto.
A penumbra avermelhada
Predominava no local
Não permitindo revelar os traços mais finos
Seu rosto, seu olhar, perdiam-se de mim
Esvaíam-se na ausência de luzes mais fortes
Ela que não chegava a me tocar
Soprava um vento quente em meu corpo
Provocava-me como se soubesse as minhas reações
Como se dominasse minhas vontades
Num jogo de sedução
Os minutos pareciam horas
Enquanto duvidava da então realidade sonhada
Entre a fantasia que nunca tive
E a eminente vontade de trepar
Com quem se quer sabia quem era
De sentir os seus toques e seu calor
Que mesmo distante fazia-me suar
Deixando-me frio, arrepiado...
E por mais que não nos pertencêssemos
Ali eu já estava entregue aos feitiços
E aos meus desejos efervescentes
Como numa miragem
No calor do deserto
Ela se foi como veio
Feito uma alucinação
Uma assombração
Um sonho
Uma febre.

Esse poema foi inspirado por duas lindas mulheres. Que a ousadia das fotos me levaram ao encontro dessa poesia.
A Loren e Bia.