15 de nov. de 2009

Ressaca das Mascaras (Fábio Sirino)


Cansado das mesmas manhas
Por vezes reluto acordar ressacado
Como se o meu medo do vazio
Tomasse os espaços vagos em minha vida
E ocupassem os cômodos da casa
Assim ao levantar ponho as mascaras
As que forçam o sorriso
As que fazem os outros rirem
Já sem perguntas, sem satisfações
As horas correm lacônicas
Mas ainda escolho caminhos já percorridos
Esperando das convenções as perguntas
Com a obvia resposta
- Tudo bem e você?-
Quem além de mim
Dentre esses tantos que festejam a minha volta
Sabe para onde vão meus olhares
Dançando lento num baile de vaidades
Querendo saída, maquiagens e novas mascaras
Sendo eu numa verdade particular
Expansivo na imensidão dos desejos
Trancado entre carnes, sangue e ossos
A visão presa a mim sega as claras
Pois a escuridão das meias palavras me conforta
E espero do destino a surpresa
Olhos de banco
Depósitos de historias
Cansado de filas
Das manhas que me fazem acordar
Quem dera dormir para sempre
Quem me dera não acordar mais
Esquecendo o estoque de mascaras
E tudo que nunca saberei de mim.

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