11 de jul. de 2011

Fogo Corredor (Jurandir Bozo)


Se fosse escrever um poema
Seria hoje algo que me fizesse sorrir
Algo leve e forte feito fogo
E mesmo incendiado
Propagaria mil mensagens fofas
Para não haver surpresas no elevador
Pois mesmo de longe
Já ouso imaginar o som
Pra cada labareda
Desse lindo fogo corredor


(dedicado a Camila Petri)

8 de jul. de 2011

Eu acredito em profundidades (Marla de Queiroz.)



Eu nunca fui uma moça bem-comportada. Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem orgasmos múltiplos ou pro amor mal-resolvido sem soluços. Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo e não estou aqui pra que vocês gostem de mim, mas pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho e seduzir somente o que me acrescenta.

Tenho uma relação de amor com a poesia e gosto de descascá-la até a fratura exposta da palavra. A palavra é meu inferno e minha paz. Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que quase me deixa exausta. Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo. Eu sei chorar toda encolhida abraçando as pernas. Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar... Eu acredito é em suspiros, mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente.
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Acredito em coisas sinceramente compartilhadas. Em gente que fala tocando no outro de alguma forma, no toque mesmo, na voz ou no conteúdo. Eu acredito em profundidades. E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos: são eles que me dão a dimensão do que sou.



Dedico essa postagem a Camila Petri, por ter me apresentado de forma direta a Marla de Queiroz, paixão a primeira lida. Grato Camila por essa linda descoberta poetica que me proporcionou.

7 de jul. de 2011

Subtonando com o Mundo (JurandirBozo)


Hoje o dia está com um gosto de nada
Que até chega a me amargar a boca
Tirando minha vontade de viver
Então expiro o hálito que me trava a língua
Como se quisesse cantar
Deixando ir com o vento
Tudo de podre que sonhei ontem
Em mim apenas velhas cresças
Fracassos íntimos
Que fazem parte de mim
Amores, trabalhos, amigos
Uma certeza só me cerca
Eu e a felicidade
Temos pouco em comum
E talvez por isso minha voz rouca
Ande tão desafinada do resto do couro
Cansada das melodias que se repetem
Subtonando com o Mundo
Entre a verdade do todos
E as fantasias ou mentiras
Que ainda insisto em acreditar
Acreditar cantando.

5 de jul. de 2011

O Mar I Ana (JurandirBozo)





Ambos se gostavam
Pois ela despertava sonhos
E ele leva a imaginação
Para o infinito
Se gostam e se amam
Num flerte que dura uma vida
Como são apaixonantes
Na meiguice mais bruta
E na brutalidade mais meiga
Se fazem em encantos do que já não se canta
Mais do que o Mar estar Ana
Mais do que Ana estar o Mar
Então ele e ela se unem
Pelo amor e pela dor
Vão além da fusão
E passam a ser poesia
O Mar I Ana



Essa foi recuperada deum dos poemas que tinha perdido após roubarem minha bolsa a muito tempo. Mas esse poema foi feito na forma mais verdadeira que meu entendimento enxergava essa menina de terra, céu, rio, e mar, na minha forma de amar o Mar I Ana.

4 de jul. de 2011

Metade de mim (JurandirBozo)




Partido ao meio
Completo a volta
E mesmo cansado
Chego ao fim
Da madrugada
Com a metade de mim
Que ainda consigo carregar

Nego-me novas silabas
E insisto com palavras
Que não sei sua ortografia

Sendo vencido
A preguiça cobiça minhas paixões
E eu descansado
Fujo do imposto do esforço
De novamente amar
E com outros gastos em mente
Engulo de mim
Tudo que cuspi no outro

Copiando risadas e as postagens
O complemento da foto
Já não se explica
Em redes de novos amigos
Que não conheço
Onde tudo me leva a crer
(Para uma metade de mim)
Que a modernidade é uma bosta