1 de dez. de 2015

A Artesã (Jurandir Bozo)





(em homenagem a mestra Vânia Oliveira)

Em tuas mãos o mundo se constrói outro
Linha que fiam historias que colam
Numa parcela sã de arte e fita
De cores e texturas de vidas
Partidas e chegadas
Polegadas
Lantejoulas
Glitter
Brilho no olho que te olha
O adorno que se cobiça
A peça
O preço
O valor que não paga tua paixão
A carga
Os dias
Os filhos
Discípulos
Quase outros filhos
Quase mãe de tantos
Assim segue a tradição
Os mistérios e os desencantos
Do artista
Da mulher
A beleza
O coração
Eu admirado
Observando a poesia da artesã


Dedicado a grande mulher, quase mãe de tantos alunos, amiga, artista, artesã, mestra... Vânia Oliveira.


Divididos pelas Estrelas (Jurandir Bozo)



(Parte II)

Acordei ainda no meio da noite
Busquei então apenas olhar a lua
E assim com o céu claro
Avistei você entre as estrelas
Não que você já não estivesse perto de mim
Pulsando forte em meu peito
Feito um tambor
Traçando ritmos a minha imaginação
E por mais que sonhe
Eu sei meu lugar
Eu sei a distancia que deve continuar
Por mais que tente costurar a geografia
Não há como lhe trazer para perto de mim
Pois existem mundos entre nós
Amarrados a fogo e sentimentos
Organicamente doídos
Em risos espúrios
Ou na indiferença das pessoas
Para as injustiças do mundo
Onde não nos sentimos parte
Divididos pela passividade e a violência
Sua humildade não convence minha arrogância
E minha poesia ate mareja seus olhos
Mas não promove o impacto que seu sorriso causa em mim
E com o nascer do sol deixo-me vencer pelo cansaço
Olhos fechados para voltar a lhe enxergar
Quem sabe um dia você não passe de uma boa lembrança
Para que volte a dormir 
Noites inteiras sem sonhar com você