10 de fev. de 2011

De Quatro na Madrugada (JurandirBozo)




Rasgam-se loucos
Soltos cheirosos de suor
Sorrisos, gemidos, olhares
Invisíveis reais da anti-moralidade
Na alta sociedade dos pecados profundos
Onde não se precisa de fantasias
Aguçam os instintos
Deitados, sentados, de pé
De quatro, de lado
De se e do outro
Os corpos dançam animados
Os peitos quase pulam
Os corações quase param
Os olhos quase se fecham
O olho quase se abre
Permissivos e atrevidos
Brindam, bebem e comem
Sem prato, sem guardanapos
Sem faca, colher ou garfo
A carne servida na cama
No chão, no chuveiro
Desmantelo de se concertar ego
No luxo de se amar
E o que parece ser quase um
Ao fim tornam-se dois
Que fumam, bebem
Andam, correm, vestem-se
Despedem-se
E vão embora.