31 de ago. de 2005

Além Das Estrelas Que Caem (Fábio Sirino)

Eu não me acostumo
Com as estrelas pequenas
Pois eu vejo nelas
Um brilho que encanta.
Eu não me acostumo
Com as estrelas pequenas
Pois seus mistérios e sua descrição
Provocam sonhos.
Eu não suporto mais sonhar
Pois nos meus sonhos
Eu sempre encontro o brilho dos teus olhos
Em qualquer estrela menor
E por isso eu não mais me acostumo
Em olhar para céu estrelado
Nem de fazer pedidos
As estrelas que caem
Pois seus encantos
Vão além dos astros
E não consigo te falar
- Fica comigo.

30 de ago. de 2005

Manicômio Judiciário II (Fábio Sirino)

A Bailarina...

Os loucos são poucos
Lindo mesmo é a bailarina
Que dança e tripudia
Fazendo do impossível imaginário
Real literal
Em passos e movimentos

Aqui dentre essas paredes brancas
Paira um clima marginal
Mesmo com tantas arvores e plantas
O muro não nos deixa esquecer
(Que estamos presos)
E gritamos para ela dançar
Num espetáculo solo
Ela sorri e dança sem musica

São alucinações suas coreografias
Num rito vezes calmo, vezes frenético,
Ela se movimenta
Num palco gigantesco
Que mal cabe em sua cabeça

Enquanto os outros
Observam os muros altos
A bailarina continua a dançar
Dentre as paredes brancas
Do Manicômio Judiciário
Onde ela vaga por uma eternidade...

23 de ago. de 2005

O que entender das RESPOSTAS? (Fábio Sirino)

(um poema para as perguntas sem respostas)
O que entender das RESPOSTAS?
Será apenas um tratamento formal?
Ou uma forma delicada de dizer não?
Como devo entender as respostas...
Alem das noites que não durmo!
Alem dos sonhos que não calam!
Os enganos e os medos
Dizem para que eu fique em silêncio.
Eu, a cidade e meus pensamentos...
Como dizer a alguém
Que se esta apaixonado?
Dizer isso a alguém que não percebe!
Como pedir a alguém
Para SAIR dos meus sonhos?
Dos MEUS pensamentos?
E como dizer a elaQue vejo seus olhos
Quando estou cozinhando,
Varrendo o apartamento ou quando estou sozinho
E até em meio na multidão vazia
Eu sinto os apaixonados...
Vazio das ruas nas madrugadas...
O vazio do folião na quarta feira de cinzas.
Como convencer a ela
Que seus olhos quase negros
Estão na minha sala, invadem meu quadro
Nas ruas que ando
E até nas paginas que escrevo....
Talvez se eu falasse inglês
“Ou a língua dos anjos”,
Eu conseguiria te dizer tudo
“Na língua dos homens”
Todo um sentimento passional
De alguém que se move por amor
Que enfrentaria a cavalarias
Ou um exercito de bêbados ousados
Que brigaria com o mundo!
E se preciso ainda,“rasgar em faca o bucho do céu”
Para libertar a menina encantada
Se Eu entendesse as respostas
Não mais te escrevesse
Te deixasse em paz!
Correria para longe!
E gritaria seu Nome!
Num ato de paixão...
E depois das perguntas e das respostas...
Viriam as lagrimas...
Depois as lembranças...
Em seguida os risos...
E eu dormiria em paz
Ouvindo o Led cantar...
All my love…

10 de ago. de 2005

Justificativa

Criei esse blog após um longo tempo de visitações a diversas paginas vendo erelendo conceitos pessoais e identidade de cada blog e de seus donos, um em especial chamou-me a atenção e se tornou uma exceção que virou regra e mudouminha forma de ver essas paginas e os donos delas, de forma despretensiosa especial chamou-me a atenção e se tornou uma exceção que virou regra e mudou minha forma de ver essas paginas e os donos delas, de forma despretensiosavirtualmente e criei um amigo virtual, e é por isso esse blog, por querer trazer poesia e loucura a todos os sonhadores como eu.

8 de ago. de 2005

Manicômio judiciário (Fabio Sirino)

Entre bem devagar
Pois aqui os doentes se assustam com facilidade
Essa é a ala da recreação
Onde há brincadeiras e jogos
Onde fazemos as reuniões também
Damos informes
Realizamos discussões e comentários um sobre o outro

Passam por aqui diversos condenados
Pelos crimes não previstos na lei comum
Os condenados a indiferença
Os condenados ao desamor
Aos que também são sensíveis demais
Os problemáticos e questionadores
A aqueles que têm personalidade marcante
Os que gostam de coisas diferenciadas
E os que ainda são diferentes
Os que querem morrer
Os que querem viver demais
Os apaixonados pela vida
Aos que amam alguém

São em sua maioria artistas
Poetas, escritores e compositores.
Nomes como Álvaro de Campos
Florbela Espanca, Augusto dos Anjos,
Álvares de Azevedo, Camões.
Dentre tantos condenados
A serem poeta por uma eternidade
Todos condenados
Como eu e você
Amar a poesia e a morrer por ela