25 de set. de 2011

A Distancia (Jurandir Bozo)




Por mais que resista sei que ainda há amor em mim
E tal certeza amedronta meus anseios de aventura
Mas cansa convencer-te que enxergo em te
Uma beleza que tu sequer desconfia ter

Foco esforços e saudades do que nunca vivi
E para realizar fantasias ouso até viajar
Buscar-te seja onde for e mostrar-te que sou real
Que meus beijos e toques são teus desde o dia que te li
E assim entreguei meus sonhos e vontades

Talvez fosse a hora de buscar um farol
Luz para as duvidas que despertem receios
Indo ao encontro teu com ar apaixonado
Mas sabendo de meus valores e defeitos
Não engano ou vislumbro ser maior que sou
E a firmação de tais critérios me deixam lucido
Mesmo encantado com a luz que emana
Via cabos e fibras que encurtam nossa distancia

Um dia talvez entenda meus encantos
E minhas poesias não declaradas
Sabendo que todas elas tinham o mesmo destino
Pois a te ofertei escritos tímidos
Que ousavam ate excitar-te
Mas não pretendiam invadir espaços íntimos
Segredos ou confissões não reveladas

Ainda ouso guardar de te todos os fascínios
Que me levaram ao encontro da paixão
Deixo estão registrado em poesia
A mais profunda queixa
Das tantas duvidas que ofertavas a mim
Das palavras que vos bem dizia
Dos elogios que ainda moram acesos
Num peito que palpita lembranças tuas
De uma sobrevida quase nula
Onde a fantasia norteava
Uma quase descrente realidade
Do possível amor que não aconteceu
Pois nem sempre o silencio tem algo a dizer... 



O Rio e o Vento (Jurandir Bozo)





Hoje ouvi alguns conselhos do rio
E com os olhos molhados pelo tempo
Deixei-me levar por suas historias
Boiando correnteza a baixo
Quem sabe assim eu mesmo ferido
Possa correr leve em meu curso para o mar
Indo contra o vento
Deixei com ele ( o rio)
Os últimos gritos entalados
O ultimo refugo de desistência
Minha pulsação mais temerosa
Pedindo para que levasse consigo
O que já não mais me serve
O que a muito me atrapalha
Enxergo nas margens do rio
Uma tele que exibi minha vida
E sentado sobre a areia
Revisito minhas memorias
Sem o mesmo ar infantil
Então escrevo na areia
E uso o vento como borracha
Deixo que ele (o vento)
E o rio, apaguem de mim
Tudo que já quase me afoga.

22 de set. de 2011

Seus Caminhos (Jurandir Bozo)





Desconhecida, chegou-me em mistérios
Leve como vento, suave como uma seda negra
Busquei olhares e trejeitos
Como se fosse algo a ser decifrado
Mas seus segredos
Estão nos mínimos relevos de sua pele
Em curvas e passos que dançam
E na sobra dos olhos escuros
As historias que quero aprender
Medos, anseios, prazeres
Suas intimas fantasias e vontades
Em uma loucura quase tímida
E uma timidez quase louca
Espontaneidade que me seduz
E assim feito o cheiro do seu café
Sua lembrança me invade
E não poderia ser mais encantadora
Deixando-se conduzir em canções
Suas mais presentes recordações
Linda jovem, insegura, livre
De flor no cabelo e beleza matreira
Feito sol seu sorriso
Encandeia meus esconderijos
E assim exponho em poemas
Tentando penetrar em suas angustias
Meus mais profundos erros
Com um labirinto de perguntas
E cruzamentos contrários
Quem me dera ter acesso a suas placas
E assim conseguir chegar a você
Sem agredir seus mais frágeis escudos. 

19 de set. de 2011

Manicômio Judiciário II (Jurandir Bozo)

(A Bailarina...)

Os loucos são poucos
Lindo mesmo é a bailarina
Que dança e tripudia
Fazendo do impossível imaginário
Real literal em passos e movimentos
Aqui dentre essas paredes brancas
Paira um clima marginal
Mesmo com tantas arvores e plantas
O muro não nos deixa esquecer
 (Que estamos presos)
E gritamos para ela dançar
Num espetáculo solo
Ela sorri e dança sem musica
São alucinações suas coreografias
Num rito vezes calmo, vezes frenético,
Ela se movimenta
Num palco gigantesco
Que mal cabe em sua cabeça
Enquanto os outros
Observam os muros altos
A bailarina continua a dançar
Dentre as paredes brancas
Do Manicômio Judiciário
Onde ela vaga por uma eternidade...

17 de set. de 2011

Necessidade (Jurandir Bozo)




Será que prossigo?
Minhas mentiras são as mais puras verdades
Num trafego de sonhos e frustrações
Posto isso, o resto é mediocridade...
Palavras vãs, verbetes;
Sinto falta da vontade de morrer
Daquela forma eu me sentia vivo
Quiseras eu chamar-te a atenção
Quisera eu que tu me notasse.
Creio sim em assombrações,
Nas sombras do meu quarto elas aparecem
E as chamo de Amor,
Paixão,de Solidão e Esperança...
Quando mar sou criança e brinco
Quando noite sou marginal e amo
Amo por amar,
Brinco pela mais pura necessidade
Ou o contrario...
Brinco por brincar
E amo pelo mais puro egoísmo...

13 de set. de 2011

O Filme (Jurandir Bozo)




É tarde e me pego cochilando...
Na TV um filme reprisado
Que não me despertava interesse.
A cama não caberia meu tédio
E sentado fico a olhar o nada
E entre pequenos cochilos
Voltava minha atenção às fantasias
Que atenuam minha infelicidade.
O que poderia ser pior?
Uma noite longa e mal dormida.
Nada poderia ser pior...
Ai penso em meus visinhos
Como se passasse suas vidas a limpo
Buscando desgraças maiores que as minhas
E eu as encontro em abundancia
Só então percebo que a ignorância
É a chave da felicidade
E felizes dos que não argúem sobre a vida
Felizes dos que se quer questionam a morte
Dos que vivem sem a necessidade de respostas
Dos que se contentam com sub-amores
E não viveram em risco e luxuria
Desejos, vaidade e ganância
Dos que nunca inventaram paixões
Promiscuas e prolixas
Com gosto de suor, cumplicidade e desconfiança
Dos nunca escreveram uma poesia
De rimas tolas e infantis que fosse
Que não degustaram do sabor amargo
Das dores de amor
Dos que nunca se sentiram sozinhos
Dos que nunca choraram sozinhos
Dos que riram sozinhos
Dos que não tem espaço para o outro
Dos que não aceitam o novo
Dos que sabem demais
É talvez esses sejam ignorantes e felizes
Mas eu prefiro minha tristeza circunstanciada
Meus questionamentos existenciais
Minhas tantas perguntas
Meus amores plenos
Instáveis e luxuriosos
Repleto de personalismo e pecado
Das minhas fantasias e mentiras
Suadas de cumplicidade e incredulidade
Das minhas poesias e escritos
Dos meus dissabores de amor
Da minha carência excessiva
Que me faz chorar e ri sozinho
Da minha disponibilidade ao mais próximo
A minha adequação ao atual
Da minha ignorância humilde
Assim dessa forma eu cultuo minha infelicidade
E faço um brinde aos infelizes como eu
Que fazem da vida seu próprio filme
Sendo roteirista e autor principal
Estrelando as cenas de beijos
E morrendo no final.

11 de set. de 2011

Pensando em Você (Jurandir Bozo)




Como poderia não pensar em você?
Se guardo em meus ouvidos o som de sua voz
E trago em meus olhos cada parte do seu corpo
Escaneada em desejos contidos
No limite entre a tecnologia e a física

Como poderia não pensar em você?
Se o que não vivemos
Norteia meus mais impávidos impulsos
E feito um animal ainda espero
Por devaneios noturnos
Onde toco seus seios
Não contemplando pudores
Deixando livres os instintos
Que ontem escondi

Como poderia não pensar em você?
Se sua lembrança sempre presente
Atenua minha carência
Onde fora de minha solidão
Marco encontro com as fantasias que criei
Seu corpo, suas curvas, sua pele
Assim passa o tempo
E vai ficando mais e mais de você
Dentro de mim

Como poderia não pensar em você...
Se o seu melhor esta aqui em mim
E pulsa feito esperança
Se vive em meus melhores sorrisos
Se me faz ser algo melhor que já fui
E inda tolerar o que de mim sempre repudiei

Como poderia não pensar em você
Se é a presente paixão em meu peito
A carne que sublimo em alma livre
Em meu mais lúcido entendimento de afeto

Como poderia não pensar em você
Se seus mistérios são como águas claras
Repletas de historias que poucos sabem 
Como não pensar em você
Se seus olhos de sol invadem minha escuridão.

Por Celular (Jurandir Bozo)



As voltas de encontrar-me ainda mais vulnerável
Cubro-me de uma solidão quase invisível
Pretensioso apenas deixo passar tais dias
Onde o sono vence minha vontade de ver o sol

As freses se agigantam
Mas entaladas em olhares lacônicos
Que saudosamente questionam-me
Sombras, desejos, e por que não me atendi
Se fico com o celular nas mãos a esperar noticias
E quando ela liga meu dia se enche de luz

Tenho certeza das minhas fraquezas
E talvez por isso não me dou o trabalho
De publicar tais medos íntimos
Nos ouvidos mais próximos
Fujo das confissões e desabafos
Do que me valeria por pra fora
Quando o problema maior esta dentro

Volto a fechar as portas
Não houve visitas ou pretensos moradores
Em minha vila coração só o abandono
Eu, eu, e só eu essa é a verdade
Quem sabe um dia aceito ser sozinho
Carregando comigo um coração empoeirado
Cheio de recordações e marcado com cicatrizes
Coisas minhas e exageros meus
Melhor por créditos e voltar a ligar

Já não me cabe ilusões
E a falta delas me deixa um vazio
Que dói bem no canto do olho
Dói e escorre pelo meu rosto inchado
Mas não por isso me apaixonarei por você
E por mais vontade que tenha de ouvir sua voz
Essa noite eu ficarei parado, catatônico
Olhando seu numero em meu visor
 Minha carência não é maior
Do que resta de meu orgulho
E mesmo querendo
Sei que só se dispôs
A dar-me risos, palavras
E nada mais... 

Porém, Quer (Karlita)


Porém, quer

Querendo eu quero também
Pra te fazer bem 
Pra te fazer alguém.
Quero mas não sei por quê
Não sei pra quê
Mas gosto gosto de você bem me quer.







Comentário de Karlita  ao meu poema Bem Me Quer.
Fiquei sem palavras e isso é raríssimo. Mas o que poderia dizer a essa moça que tem de mim os melhores olhares que guardo no peito.  Muito agradecido por tão belo comentário.

4 de set. de 2011

Sono de Ioiô




Não durmo
Cochilo
E quando me vem ao corpo
O gosto do descanso
Eu simplesmente acordo
Viro-me
Torno a virar-me
E a noite não passa
Tv, radio, leite quente
E a noite não passa
Não durmo
Cochilo
Calo
Falo
Abro
Fecho
Choro
Levanto
Deito
Levanto
Mijo
Deito
Calo
Fecho
Cobro-me
E acordo pela manha.



Bem Me Quer (Jurandir Bozo)




Ainda espero pelo que não sei

E pergunto sorteando

Se vem, se tem

Se existe ou se me quer

E se não quer

Mal me quer