23 de ago. de 2017

A Segunda Musica (Jurandir Bozo)



Abriram a contagem
Pois ao som do pandeiro tudo terminará
Com força e graça
Como se aquele momento
Que para todos seria o inicio
Para mim seria o fim
Onde nada mais teria sentido
Se não fosse ligado a você
E a gota de suor que via descer de sua testa
Ali minha fantasia se prendia e ganhava vida
Traçava seu percurso
Cheiros e texturas
Do que ainda se quer senti
Enquanto ela
A gota de seu suor
Continuava a descer
Dançando sobre seu rosto
Dando contornos aos seus sinais
Lavando seus olhos e umedecendo seus lábios
Escorregando pela sua nuca
Escondendo-se dentro do seu vestido
Levando junto meus sonhos
Que com aquela gota de suor
Percorria todo suas curvas
Como se estivesse a correr numa estrada sinuosa
Cujo se quer sei dos perigos e destinos
Mas ali junto a gota do seu suor
Foram meus pensamentos mais fantásticos
Voando no imaginário
No universo proibido dos seus encantos
Viajando pelo seu colo
Chegando ao ventre
Descendo pela longa silueta de suas pernas
Firmes
Fortes
Femininas
Delineando-as
Descendo por seus tornozelos
Chegando a seus dedos dos pés
E se quer tinha terminado a primeira musica...


O Silencioso Grito de Gol (Jurandir Bozo)




Parece que foi ontem
E por mais que o tempo passe
Para você sempre parecerá que foi ontem
Como se com o passar das horas
O andar do sol fosse coberto por uma sombra
Que ofuscasse a luz dos seus olhos
Algo entre a percepção e o horizonte
Numa distancia sem fim
A sete metros das respostas
O silencio cresce frente à meta
Enquanto buscas espaços
Em suas mãos traços e fitas
Que desenham tudo que já dançou
Batendo em seu peito descompassadamente
Feito um pandeirista desmotivado
Mas seus pés não cansam
Correm pelos ritmos inteiros
Enquanto os olhos cantam historias
E desistem de chorar outra vez
Assim entre a beleza e os mistérios
Acompanho seu bailado
Que timidamente decide o jogo
Enquanto cala o grito de gol



(Dedico a ela que flerta com os astros, que brilha feito uma estrela, que tem o sol em seu sorriso e a lua na sonoridade de seu nome ) 


16 de jun. de 2017

Estrela Cadente (Jurandir Bozo)




Desculpe-me por ser quem sou
E por enxergar-te como eis
Muito além do que percebes de ti
Desculpe-me por ter sido franco e fraco
Por dizer-te a máxima verdade que nos cabia
Quando deveria era ter calado
Desculpe-me pela entrega
Por todas as vezes que neguei minhas vontades de não
Para a ti dar um sim

Ainda olho os céus
Admiro as estrelas e sonho com elas
Faço pedidas as estrelas cadentes
E isso será para sempre
Por mais que meus pedidos não se realizem nunca
Eu sou mais um banana que sobrevive às expectativas
Versos e musicas
Risos e beijos
Beijos e lagrimas
Lagrimas e fins
Fins e meios
Meios que não se justificam mais
Mas enfim
Fim

(a pontuação fica a seu critério... bem como o entendimento) 


26 de mai. de 2017

Livres (Jurandir Bozo)


Riscos (Jurandir Bozo)



Eis que hoje vos digo em verdade
Não tenho medo de pecar
Afinal adoro maçã
Eu não sou santo
Se quer tenho a intenção de ser canonizado
Tampouco herdar o reino dos céus
E talvez por isso comungue dos que abraçam a vida
Dos que bebem dela sem privações
Dos que nasceram para ir alem dos rótulos
Dos que ultrapassam a projeção que fazem de se
Que não se deixam levar pela imposição do destino
Sou talvez tudo que o diabo não quer
Uma alma sem maiores pudores
Sem saco para sociais
Assim meus olhos voam
Meu peito pulsa paixões espúrias
Meu sangue jorra poesia
Talvez eu me apaixone em cada esquina
Talvez eu seja prolixo no amor
Mas quando vi você
Percebi seus riscos
Tive apenas uma certeza
Que ali onde estavas era uma esquina 

24 de mai. de 2017

Dia 03 de Abril (Jurandir Bozo)



Antes que nossos caminhos se estreitassem
Eu já não enxergava nada
Vitrines
Propagandas
Manchetes
A vulgaridade cotidiana das cidades grandes
Nada alem isso
Bastava-me o meio
O quase
Incompleto
Na frieza das amizades virtuais
Posts
Likes
Compartilhamentos
Eu em processo
Volúvel
Volátil
Um descrente cansado
A caminhar vagarosamente para a linha do infinito
A seguir sem medo do fim
Cuspindo certezas
Engolindo duvidas e confusões
Algo tipo uma poluição cronológica
Entre as decepções e as esperanças
Dos anos que até hoje sobrevivi
Muito alem dos meus pecados
Das infrações e crimes
Minha sentença foi longa
Condenado as convenções
Forçado a viver e sorrir
Mas a pouco sentir sua presença
Seu cheiro
Eu quase lhe vi
Quase fui ao seu encontro

Quase