Entre bem devagar Pois aqui os doentes se assustam com facilidade Essa é a ala da recreação Onde há brincadeiras e jogos Onde fazemos as reuniões também Damos informes Realizamos discussões e comentários um sobre o outro Passam por aqui diversos condenados Pelos crimes não previstos na lei comum Os condenados a indiferença Os condenados ao desamor Aos que também são sensíveis demais Os problemáticos e questionadores A aqueles que têm personalidade marcante Os que gostam de coisas diferenciadas E os que ainda são diferentes Os que querem morrer Os que querem viver demais Os apaixonados pela vida Aos que amam alguém São em sua maioria artistas Poetas, escritores e compositores. Nomes como Álvaro de Campos Florbela Espanca, Augusto dos Anjos, Álvares de Azevedo, Camões. Dentre tantos condenados A serem poeta por uma eternidade Todos condenados Como eu e você Amar a poesia e a morrer por ela. |
"Aqui se encontra idéias poéticas, aqui se encontra paixão, prazer, dor, lagrimas e sorrisos, um espaço para que eu possa postar minhas manias em escritos que não necessariamente atendem as expectativas do outro e tão pouco a formalidade ortográfica, aqui não há compromissos com acertos e sim com a ousadia da tentativa e intensidade dos sentimentos e sonhos meus."
17 de dez. de 2005
Manicômio judiciário (Fabio Sirino)
13 de dez. de 2005
Se perguntares... (Fábio Sirino)
Diga que sou
Todos os mendigos da cidade
O que sempre diz sim
E ouve o não.
O que consola e apóia
Para chorar sozinho e me abandonar.
Olhando a cidade que não para
Diga-lhes que estou a favor de todos
Mesmo quando todos estão contra mim
Que penso no outroE acaba parando
Na encruzilhada com o sinal aberto
Sendo despertado pelo pensamento
Pela zoada de um buzinaSeguida de um freio agudo.
Diga que sou o que se esquece
E já não tem aniversário
Nem algo a comemorar.
Eu sou o escudo do cego
Ao ser espancado,
O que comemora o empate
Quando a multidão quer vitória
Eu sou ainda aquele
Que chora nas comédias
E se sensibiliza mesmo sorrindo
Com um drama encenado
Diga também
Que criei defesas
Numa personalidade forte
Na mentira dos risos
Diga que sou o resto do lixo
O que todos os catadores se alimentam
Com a esperança de um doente
De um doente terminal...
Se te perguntares quem sou
Diga que não me conheces
E achas que sou ninguém...
Ninguém.
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