21 de jun. de 2012

Para Todo Sempre (Jurandir Bozo)



Você

Eu queria conseguir esquecer
Sofrer de amnésia
Morrer
Explodir
Ser varrido do mundo
E comigo minhas lembranças
Mas os dias passam
As noites dormem
Acordo e reacordo
Igual
Lembrando
Tudo
Você
Seus beijos
Seu corpo
Seu gosto
Dói e ainda sei que doera mais
E por mais que tente
Enganar-me fingindo amores
Só uma saudade me sufoca
Só um nome me importa
Só seu endereço me orienta
Só sua voz me acalma
E de que adianta chorar
Gritar ou feri
De que adianta disputar
Se mesmo vencendo
Para todo sempre
Eu continuo sem
Amor
Sorrisos
Você





19 de jun. de 2012

Meu Vinho (Jurandir Bozo)




Ainda é tarde
Faz calor e mesmo o ventilador no três
Sinto-me sufocar com a casa todo fechada
Sem nada para fumar
Bebo um vinho ruim vindo da argentina
Seco como meu sorriso
Tinto como meu sangue
Algo que assente com o som que toca em mim
Minha acidez não permite fakes em poesia
Já os tenho no real e no virtual
Redes que não deveria fazer social
Mas volto a por o vinho em minha boca
Com se quisesse sentir nele
O gosto imaginário dos lábios de uma moça
Forte, de não muita qualidade, 
Mas de bom custo beneficio
Algo não vulgar, mas que beira a safadeza


5 de jun. de 2012

Libriana (Jurandir Bozo)




A essência da aparência é que mais encanta
Quando se enxerga uma mulher verdadeiramente linda
Suas lagrimas no escuro do outro lado da tela
Sua aparente solidão numa vaidade libriana
A beleza que encara as lentes do tempo
A frente dos padrões ela sem querer cria conceitos
E rouba meus olhares que escorrem para o papel
O belo em curvas sinuosamente espessas
Tomam as linhas e preenchem meus pensamentos
Caprichos que são seus maiores perigos
Formosa com olhos tentadores
“De um negro inexcedível”
Guarda feito Pandora
 Seus segredos
Males e aflições
Num mais discreto
E verdadeiro sorriso




1 de jun. de 2012

Artistas (Jurandir Bozo)





Ainda dói em mim
O dia que me acusou
Em ser artista
Como se toda minha vaidade
Fosse menor que tua mentira
Aquelas que eu acreditava
As que me faziam feliz
Verdades não me importavam
E quais verdades importam
Quando se está apaixonado
As tuas em dizeres que o que sou
Ou as minhas em acreditar
Em quem tu me dizias ser
Assim entre o que se falava
E o que era entendido
Vivíamos de perto nossa distancia
Bailávamos entre focos e gerais
A nossa mais pura e delicada imaginação
Afinada como luz onde o sonho era meu
No céu as nossas estrelas
Ascendiam sobre nos
Como se não soube-se
Que minha maior obra era te amar
Exercer o verbo contigo
Foi então meu mais saboroso espetáculo