17 de nov. de 2007

Eu... (Fábio Sirino)


Antes que as paredes voltem
A esconder quem verdadeiramente sou
Nas mentiras dos risos que dou
E dos olhares que me escondem
Eu grito ao mundo
Que existo!
Mesmo que digam o contrario.
(foto:Thalita Chargel)
***
Não Sei Dançar
(Alvin L.)
Às vezes eu quero chorar
Mas o dia nasce e eu esqueço
Meus olhos se escondem
Onde explodem paixões...
E tudo que eu posso te dar
É solidão com vista pro mar
Ou outra coisa prá lembrar...
Às vezes eu quero demais
E eu nunca seiSe eu mereço
Os quartos escuros
Pulsam!E pedem por nós...
E tudo que eu posso te dar
É solidão com vista pro mar
Ou outra coisa prá lembrar
Se você quiser
Eu posso tentar
Massss!...
Eu não sei dançar
Tão devagar
Prá te acompanhar...

O Quarto (Fábio Sirino)


Aqui as coisas são tão irreais
Um quarto quase sempre desarrumado
Sujo por vezes que aqui cheguei
Com roupas e bolsas espalhadas
Pelos cantos quase apertados
Aos pés do guarda roupa, cinco portas.
Mas aqui, mesmo de cortina fechada.
O sol invade e chega a nos com força
Num misto de alegria e euforia
Quase plena quase sublime
Quanto à beleza que nele se irradia.
Tanto já vivi aqui
Mesmo sendo um reles convidado
A confiança amistosa que a me é ofertada
Meu “tesão” se aflora a cada minuto
Que respiro o cheiro o que ele exala
Daqui desse mundo aparte
Dos medos e fracassos
Um objeto dos nossos desejos
Faz o elo entre nós e o resto dos mortais
Sem tempo hora ou vontade de seguir
Aqui desejo apenas ficar
Para fazer parte do universo que sei não ser meu
Na evidência mais efusiva
Da paixão que sinto
Na imensidão dos segredos
Que sei que guardas em teus domínios
Amontoados pela cama
Já não me impressiono com tua beleza
Já não me engano com tua sensualidade
Hoje, estou apaixonado apenas
Pela verdade que sei que eis
Linda, livre e desorganizada
Charmosa, audaz e astuciosa
Verdadeira, forte e mascarada
Assim como uma bijuteria que será esquecida
Após o passar da moda
Meu ciclo é curto
E meu sentimento parece longo
Na falta de regulador
Das horas e sonhos
Que expelimos um para o outro
Nesse pouco espaço de tempo e medidas

14 de nov. de 2007

Mais um amor da minha vida (Fabio Sirino)


Assim como as catástrofes
Acontecem as paixões
Sempre estamos despreparados
De defesa baixa e lá vem ela
Forte e audaz como uma onda gigante
Arrasando, mas com beleza e gostosura.
Pois se for pra se dar mal
Que faça isso gostoso
Nas teias do destino
No enlace dela
Busco explicações sobre esse tal gostar
Que nos leva as loucuras da abnegação
Do ego, do eu, tudo em prol do outro.
Do outro que nem pensa no nosso outro
No outro de cá, os de lá,
Enxergam o real, a possibilidade da dor.
Exageradamente racional
Fruto da mais pura safadeza
Os de cá, os apaixonados:
Sonham com as probabilidades do prazer
Exacerbadamente imoral
Fruto do mais puro romantismo
Disputam um jogo desleal
Onde um luta pelos dois
E um por se e só
Assim meio deles meio de todos
Meio de todas e meio de ninguém
Na verdade gostaria de escolher as minhas
Talvez por ter conhecido
Uma das mais belas mulheres que já vi
Pela doçura e sensibilidade
Pela irreverência e aberturas
Nos assuntos mais sórdidos e amorais
Pela beleza de alma e corpo
Pela sutileza ao consolar minhas lagrimas
Assim de certa forma amo como mulher
Mas não aconteceu nenhum acidente
Que me causasse o trauma da paixão
Que pena não ter morrido por ela também
Pois morreria gostoso como nunca morri antes
Por outros amores da minha “vida”.

8 de nov. de 2007

De Rosto Dado (Fabio Sirino e Kelly Baêta)




De rosto dado um ao outro
Olhares de sol vão alem do vento do mar
Por que o divagar do seu pensamento
É tão lento quanto a velocidade
Do passar do teu tempo...
O sentimento vai além da falsa estética
Sem sofismo ou filosofia
O sentimento chega ritmado
Em fotos que guardamos juntos
E lágrimas que choramos separados
Porque juntos aprendemos a ser - mos
Na imensidão que transformava
Nossos dias em noites
E as noites em dias...
Porque juntos aprendemos
A ser o que já éramos separados
Onde a coragem do sentir dava sentido
A qualquer explicação
Na imensidão de uma fantasia de bailarina
Ou na fumaça de um cigarro
Se é que colecionávamos agonias...
Simplesmente pelo tresfoliar do passar dos dias...
Pois discurso e poesias
Não nos levam ao entendimento
São arcaicos demais para a nossa modernidade
A fotografia apenas apreendeu um momento
Dos tantos que ainda existirão...
Portanto, o encontro nada mais é que o discordar
Das palavras que foram ditas