22 de ago. de 2007

Grato! (Fábio Sirino)


Foi tão calmo que se quer notei as perguntas
O tempo se esgotando e meu cansaço nem importavam
Pois tudo era tão suave que eu apenas ia
Que apenas continuava a seguir tuas curiosidades
No seu silêncio uma arma de me deixar livre
Pelos fios que nos deixam falar e escrever
Nas nossas moradas e sonhos
Andam ainda aculturados os medos
E os que se calam por eles
Segue os teus pensamentos
Com a música que da raiz do bem te gerou
Quase inseticida para aniquilar a má qualidade
E dos arpejos um som mais encorpado
Mas não menos suave que tua voz
Assim mansa ao pé de ouvido
Em off, apenas respeitado o meu silêncio
Deixado-me falar mais e sonhar em paz
E era apenas uma entrevista
Como tantas outras
Mais a forma que surge novas formas
Fazem do homem um diferencial
Assim por me fazeres sentir melhor
Mesmo ficando indignado
Falo com Gentileza
Não mais obrigado
Pois estou é agradecido
(Para Paulinha Felix e Gentileza)

16 de ago. de 2007

Tentar ? (Fábio Sirino)


Espero já ansioso

Pela próxima noite em minha casa

Pois ontem, mesmo escondidos

Percebi que te desejo mais

Mais que consegui mostrar

Mais que meus dedos e mãos demonstraram

Mais que o socorro que fostes me dar

Sou a soma de situações que nem viveu

E não posso mentir e dizer que te amo

Mas também mentiria se negasse

A força do prazer que me deste

Ou a intensidade dos minutos que vivemos

Talvez não passe de um momento nosso

Talvez seja uma fantasia mais minha

E tudo é risco no campo das possibilidades

Pois antes de te

Outros de mim morreram por amores vãos

Para longe dos barcos e portos

Meu mar é agitado

Sem plano de saúde ou seguro de vida

Uma vida para uma paixão

Uma paixão para uma vida

Assim os dias de confusão

Cercaram-me de mentiras fascinastes

Em enredos bem traçados

E sonhos bem sonhados

Hoje após a linda madrugada

Ainda não sei se convido a te

Para tentarmos juntos

Ou se continuo seguindo sozinho

6 de ago. de 2007

Mexicana II (Fábio Sirino)


Cartas para o filme


Hoje quero escrever-te

Em versos simples

Para que sintas minhas palavras

Sendo ditas próximas ao ouvido

Sussurradas, quase despropositadas

Do todo que há em mim

Desejando teu corpo e espírito

E nada além disso

- Se é que existe o além...-

Se de tu já não tenho certezas

Nas dúvidas que me ofertas

Não encontro mais teus beijos

E sinto faltas deles

Como sinto falta do teu calor

E do teu sorriso

Invadindo meu apartamento

Preenchendo meu quarto

Seminua, com meus panos a abraçar-te

E fico eu assim

Sem crédito para por no teu celular

Ou um veículo para te levar cigarros

Não posso te ofertar garantias

Tão pouco fazer promessas para a eternidade

Mas se queres

Posso levar-te para dentro de mim

Ajudar-te a conhecer o mundo

E enfrenta-lo contigo se preciso for

E se preciso for

Subirei aos céus para pedir por tua alma

Ensino-te e tu me ensinas

Então me proponho a ser teu aluno

(Mas não na tua arte de mentir)

Assim como também serei teu professor

(Mas não na minha arte de iludir)

E nenhuma companhia

Fará-me sentir mais tranqüilo

Que a tua presença

E se ainda assim pretenderes fazer

O que julga ser certo

Por ti, farei o errado

O que tu nunca me pediu

E farei sem pedir perdão

Sem ter que repetir que te amo

Sem precisar da tua confusão

Pois já não mais acredito

Em alma gêmia ou em eternidade

E se nascemos para ser só

Porque então nos buscamos?

Porque então nos arrasamos

E nos desesperamos?

Se tudo isso era tão óbvio.

Se não queres mentir para mim

Então fale a verdade

É bem simples assim

Se não tem ou não pode

Dar-me o que quero

Sai apenas do meu caminho

Que tenho necessidade de andar

E não me sinto livre

Pois estou preso no teu olhar

Nesse filme de amor bandido

Onde, como o vilão

Matam-me no fim...