31 de out. de 2009

Noitada (Fábio Sirino)



Espremo o suco dos meus anseios
Bebo sem gosto, adoçado a frustração
Sou menos, sou mais
Tanto faz o que sou
Tanto faz o que quero
O mundo não repara a minha dor
As minhas alegrias
Os meus amores
E mesmo ligado em tudo que se passa
Acabo às vezes me passando com ele
Inchando o peito e secando por dentro
Já não me vejo fora
Externado, avesso, desnudo de vaidades
Desconheço as ruas e vias publicas
Minhas baladas não mais acertam o alvo
E prefiro o vazio da minha casa
Onde bebo e como, danço
Escolho a musica
Não obrigado a ouvir a moda
Que ressoa nos carros avulsos
Não estou suspeito a um passivo reencontro
Um furtivo engano por coincidência
A merda as coincidências
Não quero ser sujeito ao bafo dos que se acham amigos.
Talvez em minha casa eu tenha que há de bom
Para uma boa noitada
Musica, bebida, comida
E a ausência de gente.