28 de nov. de 2005

Cadáver ( Fábio Sirino )


Cadáver


Nos pulsos água fria,
Na banheira, sangue ainda morno,
Num resto de vida
A palidez fúnebre que cresce
Toma os olhos, a boca,
Eis que invade o corpo
Cansado se entrega
Se vai, e não descansa...
Ali a matéria abandonada
Resto de homem
Um nada...

22 de nov. de 2005

Necessidade (Fábio Sirino)

Será que prossigo?
Minhas mentiras são as mais puras verdades
Num trafego de sonhos e frustrações
Posto isso, o resto é mediocridade...
Palavras vãs, verbetes;
Sinto falta da vontade de morrer
Daquela forma eu me sentia vivo
Quiseras eu chamar-te a atenção
Quisera eu que tu me notasse.
Creio sim em assombrações,
Nas sombras do meu quarto elas aparecem
E as chamo de Amor, Paixão,
De Solidão e Esperança...
Quando mar sou criança e brinco
Quando noite sou marginal e amo
Amo por amar,
Brinco pela mais pura necessidade
Ou o contrario...
Brinco por brincar
E amo pelo mais puro egoísmo...