20 de jan. de 2012

Sonolência (Jurandir Bozo)



Amanheceu, e mesmo de olhos abertos
Sinto-me como se estivesse dormindo
E sem acordar vou às ruas
Ao trabalho, a banca de revistas, ao café
E tudo parece errado
As pessoas, minha paciência, meu cansaço
Meu cigarro
O transito, o mar, o cão que me olha
Sento a observar
O céu, os pássaros , o cão que ainda me olha
Observar algo que não seja eu
Que não esteja cansado
Que não esteja dormindo
Que não esteja morrendo
Que não esteja sonhando
Que não esteja chorando
Que não esteja amando

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