11 de set. de 2011

Por Celular (Jurandir Bozo)



As voltas de encontrar-me ainda mais vulnerável
Cubro-me de uma solidão quase invisível
Pretensioso apenas deixo passar tais dias
Onde o sono vence minha vontade de ver o sol

As freses se agigantam
Mas entaladas em olhares lacônicos
Que saudosamente questionam-me
Sombras, desejos, e por que não me atendi
Se fico com o celular nas mãos a esperar noticias
E quando ela liga meu dia se enche de luz

Tenho certeza das minhas fraquezas
E talvez por isso não me dou o trabalho
De publicar tais medos íntimos
Nos ouvidos mais próximos
Fujo das confissões e desabafos
Do que me valeria por pra fora
Quando o problema maior esta dentro

Volto a fechar as portas
Não houve visitas ou pretensos moradores
Em minha vila coração só o abandono
Eu, eu, e só eu essa é a verdade
Quem sabe um dia aceito ser sozinho
Carregando comigo um coração empoeirado
Cheio de recordações e marcado com cicatrizes
Coisas minhas e exageros meus
Melhor por créditos e voltar a ligar

Já não me cabe ilusões
E a falta delas me deixa um vazio
Que dói bem no canto do olho
Dói e escorre pelo meu rosto inchado
Mas não por isso me apaixonarei por você
E por mais vontade que tenha de ouvir sua voz
Essa noite eu ficarei parado, catatônico
Olhando seu numero em meu visor
 Minha carência não é maior
Do que resta de meu orgulho
E mesmo querendo
Sei que só se dispôs
A dar-me risos, palavras
E nada mais... 

Um comentário:

Anônimo disse...

Belíssimo.
Me faltam palavras pra agradecer tal carinho.
Gosto muito de você.


Karlita