25 de set. de 2011

O Rio e o Vento (Jurandir Bozo)





Hoje ouvi alguns conselhos do rio
E com os olhos molhados pelo tempo
Deixei-me levar por suas historias
Boiando correnteza a baixo
Quem sabe assim eu mesmo ferido
Possa correr leve em meu curso para o mar
Indo contra o vento
Deixei com ele ( o rio)
Os últimos gritos entalados
O ultimo refugo de desistência
Minha pulsação mais temerosa
Pedindo para que levasse consigo
O que já não mais me serve
O que a muito me atrapalha
Enxergo nas margens do rio
Uma tele que exibi minha vida
E sentado sobre a areia
Revisito minhas memorias
Sem o mesmo ar infantil
Então escrevo na areia
E uso o vento como borracha
Deixo que ele (o vento)
E o rio, apaguem de mim
Tudo que já quase me afoga.

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