8 de jan. de 2011

Enforcada (Jurandir Bozo)


Uma morte em Jaraguá...
Parte 4

               Sem palavras sentou no vaso sanitário e num choro silencioso sentiu seu corpo tremer de medo. Imaginava agora tudo que já havia se passado naquele dia, ali o choro não passava e não entendia como poderia estar morta se sentia-se viva, seria a morte aquilo mesmo? Ou ela estaria sonhando o seu pior pesadelo? Mas por que não se lembrava de mais nada? Seu nome? O rosto de seus pais? Nenhuma lembrança era encontrada por mais esforço que fizesse... Levantou e saiu do banheiro, se dirigiu ao corredor e no final dele uma escada que dava acesso ao andar inferior, desceu as escadas chegando à sala de estar da casa, não conseguia olhar mais nada, só queria sair daquele lugar e ir embora, se fazer entender que ali não era mais o lugar dela, e foi andando ate a porta, abriu-a e foi para a rua, alguma coisa lhe dizia que teria que voltar no local onde supostamente havia morrido, para assim poder descansar em paz como sempre acreditou.

                Já na rua, sentiu algo esquisito, observou as casas antigas e saiu andando pela causada esquerda com velocidade, ela seguiu pela rua ate chegar nos fundos do mercado Jaraguá, passou pela lateral do mercado que ia dar na via de mão dupla onde os carros passavam com velocidades e intensidade... Ela com seus pensamentos a mil, alvoroçada atravessou um pouco mais que a metade das duas vias quando um carro que vinha em alta velocidade dava um freio quase em cima dela, o cheiro dos pinéus queimados entraram em sua narina e a luz forte ofuscaram sua vista... Um grito do carro a fez ri... ri e chorar... – ta doida porra! – berrou o motorista a fazendo perceber que poderia estar viva e logo ouviu um outro comentário  – Quer morrer meu anjo? – falou um rapaz que estava do lado do carona em tom de gracejo, - tão linda vai morrer pra quê... se é pra terra comer deixe que eu como... – ela riu, mas por perceber que realmente não estava morta. 


 


(Continua...)

3 comentários:

Jurandir Bozo disse...

Acredito que as pessoas que escrevem como eu em blogs gostariam que seus visitantes deixassem comentários e assim interagissem com o universo do blog.

As vezes fico triste pois, venho e posto e as pessoas comentam comigo no MSN ou no Orkut, mas quando vou ver a postagem não vejo o comentário escrito e registrado aqui.

Jurandir Bozo disse...

O conto esta quase acabando, mas gostaria muito de saber opiniões, criticas e sugestões sobre temas e locais que seria legal ler algo que se passa-se ali.

Anônimo disse...

Uma boa narrativa é aquela em que o autor consegue fazer com que o interesse pela leitura seja contínuo e necessário. Até aqui vc está conseguindo, parabéns.