4 de jan. de 2011

Enforcada (Jurandir Bozo)


Uma morte em Jaraguá...

Parte 2

Ali distante ficou a observar por alguns minutos ate que um taxi se aproximou e parou próximo a praça, logo em seguida veio uma viatura de policia e só então decidiu seguir... Caminhava sem rumo certo, mas os locais que avistava eram familiares... Uma sensação de pertencimento tomava sua mente e deixava tudo mais confuso e tranqüilo, - Como fui parar ali naquela praça? O que estaria fazendo a essa hora em um local praticamente deserto? – As perguntas permeavam seus pensamentos e uma tontura súbita fez com que sentasse em um batente de uma casa antiga, sua respiração ficava mais e mais ofegante, a vista foi escurecendo, escurecendo, ate perder os sentidos e cair no chão...

                Depois de muito tempo retomou o sentido e se percebeu em outro local que não aquele em que havia sentado e caído no chão...  – onde estou? – abriu os olhos com medo e viu um quarto com decoração feminina nele um guarda-roupa e uma penteadeira em tons claros que combinavam com as cortinas, com a cama e almofadas... Do lado esquerdo da cama uma mesinha de cabeceira rosa enfeitada com flores próxima ao abajur em forma de bailarina, e um pequenino porta-retrato com a moldura de palitos de fósforo envernizada em tons de marrom. A fotografia ali exposta não era estranha, pegou-a e trazendo para mais perto dos olhos, observando com cuidado a imagem de uma moça que não lhe era estranha... Ficou a olhar e olhar ate ver que não seria lembraria nada naquele momento, recostou a cabeça nos travesseiros e fechou os olhos, sentia um cansaço no corpo e adormeceu sem nem perceber com o porta-retrato sobre o peito.  

(continua...)

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