4 de dez. de 2007

Manhãs de Domingo (Fábio Sirino)


Fazia-se leve
Com ar simpático ao tragar
Um cigarro ou uma e outra palavra
Atrasada na chegada
Ela é precisa na forma
De se mostrar presente
Clareando não apenas o sorriso
Mas todo o ambiente;
A noite ficava mais clara
Transbordando luz em descrição
Sem precisar exaltar-se
Para ter atenção
- Não! Ela não faz charme!
- E eu um desconhecido a observar
Os olhares que a buscavam
Um desconhecido a imaginar
Os seus projetos e medidas
Decorando no exterior cada gesto
- A forma que umedecia os lábios
Á aparente tranqüilidade
- Mas que furacão será que ela esconde?
Como será seu beijo?
- Ao menos sei que ela dança
Compassadamente sexy ao som de "Já"
- Seguimos caminhos opostos
Eu aqui na parte alta da cidade
Acordado a sonhar em versos
Ela ao nível do mar
Dormindo (creio eu) linda;
Talvez a sonhar
Com sacadas de casas e edfícios
Ou quem sabe um príncipe meio bandido
Talvez arquitetando um mundo
Tão belo quanto o jeito dela
Com céu azul bem clarinho
E cores fortes nas flores
E o mar de um azul bem escuro
Mas nada com muita maquiagem
Pois ela parece ver as coisas sem muita fita no olhar
E como é bom não sublimar
As coisas e as pessoas são o que são
A vida flui como num sorriso
Ou numa lágrima
Os momentos são únicos
Como uma boa peça de arte
Detalhes e cores nunca vistos
No mesmo entrelace de imagens
Assim parecia ela nessa noite
Um quadro cheio de entrelace de luz.
- Lá vou eu sublimando...
-Mas como não faze-lo
Se ela a mim não soava comum
Mas sim, sublime
Como a lua, o sol, o mar
As cores do arco- íris
O som de um violão...
- Chegou minha hora
- É manha de Domingo.
Estou sorrindo...!?
- E eu odeio as manhãs dominicais
- Acho que realmente preciso dormir...

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