2 de out. de 2012

Medos e Sabores (Jurandir Bozo)







E você ainda não dançou para mim
Talvez por isso minhas palavras
Não marquem como sua calcinha
Seja seu vestido ou seus saltos
Quiçá sua vida
Altos papos, altos medos
No terminal de culpas não coletivas
Livre do pecado em homem em essência
Tonara-se divino, assim como seus sentimentos
Sem sublimações, o exagero não é meu
Meu é o encanto, o belo que a mim fascina
E de nós, o que sabemos responder
Além do que já nos proibimos
O que ainda nos une
É o que nos leva o tempo sem percebermos
É o que nos prende olhares e pensamentos
E como diria o poeta – o resto é o resto -
E arguir o resto é se ater
Ao que não se faz importante
Ao que não nos faz diferença
Penso em seu corpo nu
E fugir disso seria apenas outra mentira
Algo desnecessário em nosso roteiro
Pois sabemos a verdade contida em cada vírgula
Sabemos a carga de cada palavra por nós escrita
A prescrição não muda quando o destino quer
E a ele, ou a você, eu me declaro entregue
Aos seus problemas ou seus medos e sabores.



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