29 de fev. de 2012

O Meu Filme (Jurandir Bozo)




Volta-me todo vazio de antes
A solidão mais presente
Os dias mais longos
A irritabilidade dos mal amados
E não é o sexo que não me falta
Que me parte em dois
Que quebra minhas convicções
É o que não alcanço
Velho demais para sentir-me perdido
Jovens demais para dar-me fim
Aos restos da esperança que cativo
 Em caminhos já conhecidos
Reviso as historias que se repetem
O vazio de antes aflora
Pensamentos ...
E tudo mais que me empurra noite adentro
De olhos abertos no mais obsoleto escuro
Vejo o que se perde de mim
Detalhes, expressões, mancadas
Coisas que me envergonho ao lembrar
E assim vou, vou sem pensar
- Mentiras? Certezas?
Eu apenas não falo mais em verdades
Vou ciente das minhas vontades
São, desvio meus olhares pidões
E antes estivesse louco
Crendo no impossível
Em duendes e Papai Noel
Assim talvez não enxergasse o mundo
Como se fosse um filme que não participo
Que no curso real do seu roteiro natural
Mostra-me diariamente um final
Com todos os protagonistas felizes
Acompanhados e apaixonados
Enquanto eu, ali de fora
Observo a historia que projetei.
Esperando apenas a imagem ir escurecendo
Para subirem os créditos finais



Um comentário:

adriana assim e a vida disse...

adorei esse...