15 de jun. de 2009

Intenções (Fábio Sirino)


Exercita a tua bondade
Para que eu a má entenda
Pois a generosidade do outro
Nada mais é que o sumo egoísmo
Que o personalismo humano insiste em negar
Não acredito mais em finais felizes
Creio em meios e fins reais
A utopia é que me causa náusea
E por mais sonhador que seja
Vomito um resto de alma
A cada manhã que consigo acordar
Órfão de valores que não irriguei
Nessa seca de vida que vitimei
Não tem feriados ou ferimentos
Apenas descrédito no mito
Na sublimação das figuras que adoramos
Formas e texturas de curtas e longas culturas
Assim tua justiça será sempre menos justa
Que a empáfia de afirmar minhas verdades
Quais de nossas orações se assemelham
As de um fariseu contemporâneo?
Qual oratória obtém mais audiência
Sem a responsabilidade da lógica do discurso?
Em minha revolução descoberta
Fui exilado aqui nessa poesia
E descobrindo o mundo
Pelo ponto de vista da queda
A tua caridade e a tua inocência
Só me levam ao inferno,
Repleto de boas intenções.

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