29 de jun. de 2007

A Mexicana I (Fábio Sirino)


Saio por onde não entrei
Faço o caminho inverso às minhas vontades
Tenho tanto a falar ao mesmo que tenho tanto medo
Que calo uma voz já cansada de discursar para o nada
Para ouvidos que não me respondem
Num silêncio de quase morte
Num lugar que não me enxergo
Onde grito em meio à multidão surda
Batendo em tambores ritos e celebrações
Que assustam as almas mais porcas
Veio para provocar conflito
Trago guerra para desperta paz
E inflijo meus manuais de bom comportamento
Por amor ou paixão deixo a ética de lado
Quero apenas fazer da vida um gozo prolongado
Uma mistura de sim, talvez e não.
De solidão repetida, partida, doida.
Do táxi que nos leva desejo adentro
Volto só do teu mundo
E cheguei a pensar ter importância
Nessa coisa toda que inventamos
Um campo de flores com lama no fundo
Onde o fundo sempre pareceu mais atraente
E como as aparências enganam
Via na tua força a grande mulher que sei que é
De verdade adeus
E que os anjos da felicidade estejam contigo
Que comigo ficarão lindas lembranças
Do pouco mais sofrido, felizes momentos.
Então ponho fim à brincadeira
Vamos ao próximo capítulo
Que entre em cena o ator, o galã.
Porque o figurante acabou de sair...

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