7 de jul. de 2010

Dias de Vento (Jurandir Bozo)



Há dias que as palavras me fogem
E um vento melindroso
Espana o que a muito varri para os cantos
Maquiando com o cotidiano
Os detalhes que me revelavam nu
Sem tinta os palhaços perdem o encanto
E só por isso não chorei
Por medo de borrar minha fantasia
Sem amores, sem paixões
Com um colorido opaco
Que forjava minha alegria
Expansiva, encantadora
Que escondia o frustrado cagão
Que se aventurava a corajoso
Ao calar suas mais intimas verdades
Sonhos e mentiras em melodias poéticas
Do que me velam nesses dias tais devaneios
Tais virtudes que me fazem mal
O bem do outro, o amigo do outro
Tem dias que precisamos apenas de egoísmo
Egoísmo e paciência
Para esperar o vento ruim passar

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