15 de dez. de 2011

220 (Jurandir Bozo)





Não ache que sou presa
Apenas porque me acertou um beijo
Pois mesmo lento e ferido
Eu sou mais que os rótulos
Que querem me impor
E minha vontade de abarcar o mundo
Não me deixa preso a tristeza de agora
A paixão de agora
As lembranças de agora
Não parcelo meus sentimentos
Nas poesias que escrevo
Nelas eles e eu vão inteiros
Pois não tenho medo das raízes que criei
E não lamento as tantas que cortei
É essa vontade voraz de mais
220 volts
Que me faz único
De extremos colaterais
Sazonal, amores prolixos
Excesso de palavras, de sonhos
Onde conveniência e coerência
Caminham juntas rumo ao infinito
No meu Rio que não deságua
Então ficam a lua, o sol
Uma franqueza gigantesca
E tudo mais que possa me atrapalhar
Esse ainda sou eu
Ontem
Agora
Talvez até amanha
Sorria baby
A bem da verdade
Talvez esse tenha sido nosso ultimo papo
Pois ao fim da postagem
Já não me sinto fiel
As descrições que fiz de mim


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