11 de jul. de 2020

Carta ao Meu Eterno Amor ( Jurandir Bozo)





Ainda parece que foi ontem
Você veio esprivitada
Ligeira e falando alto
Linda de voz rouca
E eu idiota como sempre
Quis traçar regras
Impor vontades que não eram suas
Você me deu seu tempo
Sua amizade
Você me deu um filho
Deu-me sua vida (Eu sei)
Lições que a principio não enxergava
Pois não parava de falar
Pois não me permitia escutar ou aprender
Era Eu e eu e a pseudo vontade de morrer
Quando a vida se quer parecia ter começado para mim
E sem precisar dizer nada
Sem precisar me impor nada
Você me ensinou a ser homem
Ensinou-me e me permitiu ser pai
Quando na verdade se quer sabia
O que era ser apenas um menino livre
Livre de medos
Livre de vaidades e complexos
Preso a mimos e manias de fedelho
Assim alicerçado em seu amor
Cresci aos poucos
Como menino
Como pai
Como artista
E você ali vivendo o pior de mim
As inúmeras tentativas frustradas
As minhas grosserias e traições
Mas do seu jeito você sempre foi você
Uma Mulher que não pede permissão
Uma Mulher que sabe fazer amigos
Os seus e os meus
Não há como dizer que não demos certo
(Os anos e a cumplicidade não nos permitiria
Nosso filho sendo o homem que é hoje
Mostraria o contrario disso
A profissional que Você é
Grita o contrario disso)
Jamais amarei alguém com ainda lhe amo
Tal fato me assusta
Mas me conforta
Cassilta você é mais que qualquer poema
Muito mais que qualquer pensamento
Que minha aguçada criatividade possa definir
Talvez hoje a dor que nos toma
Não nos permita enxergar o obvio
Você foi a melhor coisa que tive na vida
E isso é obvio
Até porque você foi minha vida
Por vezes meu único amigo
Por vezes meu único irmão
Meu único parceiro
Meu único cumplice
Foi tudo sem deixar de ser mulher
Sem deixar de ser você
Os sentimentos mudam
As pessoas mudam
Mas não como as pessoas
Os sentimentos não morrem
AMO-TE
Mas o amor também muda
E desse novo jeito
Eternamente te amarei




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