30 de mar. de 2019

Quase Eu (Fábio Sirino)






Ei!
Você!
Permita-me apresentar-me
Pois não costume falar com desconhecidos
E preciso encarecidamente de vossa atenção
Meu nome não vem necessariamente ao caso
Ele não define de fato quem sou
Talvez meus defeitos e peculiaridades
Falem muito mais sobre mim
Que o nome que me deram
De fato sou um tanto ansioso
Como podes também perceber por esse prologo 
Sou expansivo e falastrão      
Bonachão
Certamente como forma de socialização
Afinal de cantas sou libriano
E como todo libriano
Busco aceitação ate dos idiotas
Mas por favor
Queira não entender-me mal
Não sou absolutamente pernóstico
Minha presunção não chega a tanto
Apenas aprendi a ri da mediocridade alheia
Como sugestão a uma pseudo aprovação
Que eles de fato não há tem de mim
Se bem que de tempos para cá
Tenho preferido o silencio a fala das pessoas
O silêncio tem me parecido muito mais inteligente
Que o senso comum da modernidade
Desculpe mais uma vez
Sou prolixo também
Como o próprio tamanho do texto sugere
Mas se você esta me lendo agora
É porque de fato não é parte da maioria
Que se perde na interpretação
De um texto maior que quatro linhas
E por esse básico motivo
Não escrevo ou falo a essas pessoas
Eu até já fui o sujeito que acreditava
Acreditava na inocência
Na bondade
Na harmonia da humanidade
Nos SONHOS
Até no AMOR
Hoje não sei mais se quer se creio em mim
Então talvez hoje esteja cético
É verdade
Hoje talvez esteja ateu até
Talvez esteja desesperançoso
Confuso
Certamente estou
Disso tenho certeza
Mas peço que não me restrinja
Não sou o momento que vivo agora
Assim como você eu sou muito mais
E por isso despeço-me
Falar com você me fez perceber
Que por mais que tente
Não conseguirei me apresentar
Em apenas um poema
Então se queres saber quem sou
Não faça perguntas
Não me presuma ou julgue
Apenas me leia em totalidade
Pois já são muitos e muitos poemas
Para que comece pelo menos
A entender o porquê lhe parei aqui
Para ler esse texto em construção
Que ainda se quer tem um fim...





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