4 de dez. de 2008

Na Delicadeza do Teu Olhar (Fábio Sirino)


(Olhos que Quero Conhecer II)
Um lago verde e misterioso
Assim sem intimidade ou razão
Sem “voz”, sem números de “telefones”,
Deu-se meu mergulho...
A admirar um olhar que aprendeu a não exigir do amor
E a tolerar no outro as distintas diferenças.

*
Não sou o que enxerga tua beleza a olho nu
Preciso do auxilio que a tecnologia criou
E se não fosse por ela
Passaria a vida
Com a ausência dos teus encantos “orkutianos”.

*
Sou outro após descobri o teu sorriso doce.
Sou outro sim, desde que a mim
Abriu um novo perfil que aprendeu a ter paciência.
Com o que se faz e com o que espera de si
Que busca a pratica do perdão
Sem ter que mostrar sentimentos
Tentando re-sonhar,
Fotografando com lentes esverdeadas
A verdade sensível ao extremo da explicação.

*
Amando por ser amada
Amando por tudo e nada.
No espelho do quarto que já intimo
Não vislumbra os efeitos expostos

*
Introspectiva até demais
De caráter forte e convicta das contradições
Que a fazem rir e chorar
No observatório de estrelas
Que das janelas tua alma mira
Com uma trilha musical perfumada

*
E mesmo te escrevendo
Não ouso saber quem es
Não julgo tua imagem
Como a suma verdade
Que encontro em tuas comunidades
Regada a Beatles e som de chuva
Mas nem todo momento se revive
Há deles que desejamos apenas sumir

*
Sem explicações junguianas chego ao fim
De mais um sonho que a te escrevo
E como é difícil achar as palavras
Para descrever um sentimento sobre um olhar
Que não se define.
Se sente num doce mistério
De um olhar de lago esverdeado
Que apenas quero conhecer.


(Assim do nada mais um olhar via ondas de radio chegou em minha tela, com ele uma luz que se acendeu como a chegada de um anjo a terra.)

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