14 de set. de 2008

As Asas de Ícaro São Morenas (Fábio Sirino)


Se Ícaro não se atrevesse a voar
Nos sonhos de Morena
Talvez não conhecesse tamanha ternura
Assim um ao outro
De mãos dadas para vencer
O medo de multidão
A vertigem do aperto
Pois se ele sabe ensinar a derrubar
Conceitos e hostilidades
Entre o nego e seu filho viado
Ela aprende a divulgar
Sorrisos e irradiar carinho
A todos que a ela cercam
Sim talvez Morena tenha sua filha Lilás
Ou seja ela Vermelha ou Amarela
Se fruto desse amor for
Nascerá com a calma de um origami...
Pois assim se dá a ambição de Ícaro
Ele pensa em voar filosofando
Com os seus conceitos orientais
Enquanto espera a fotografia que não veio
Mas em Morena não se ver frustração
Mesmo cansada e com pés doidos
Nela uma cor de rara felicidade
Felicidade das coisas simples
Vistas nos olhos dos que amam
Dos que foram celebrados ao nascer
Eu que mal os conheço não os invejo
Eu apenas admiro tamanha cumplicidade
Tamanha verdade de oceano
E por mais que lotassem ginásios
Pra Maceió ainda seria pouco
Não enxergar tal brilho
Reproduzido por dois
Sem mesmo ouvir Alagoas
De velhos e novos discos
Entre a fumaça alheia e a música de Ney
Eles não bebem mas se amam
Entre luminárias artesanais
A beleza disso vai além da Internet
Ou da pirataria, vai além da sub-existência do artista
Do conceito de economia
Neles há fartura do bem em abundancia
Assim Ícaro vai ao chão sem medo da queda
Pois no fundo ele sabe que suas asas são Morenas
(Que o olhar que enxergo em vocês seja assim por verias eternidades, um poema é tão pouco perto de algo verdadeiro que por se já se faz em primazia e beleza... a Ícaro e Morena com meu carinho e respeito.)

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