Ela não esta a fim de sair só
Solitária assim numa sexta
Em meio a tantos outros iguais
Que ela por esta só
Talvez não enxergue
A vontade que sentem
De estar perto dela
E não a culpo por isso
Por desencontrar seus olhares
Dos tantos outros que a buscam
Em espaços de carnaval
Pois ali tudo parece apenas brincadeira
E fugimos da presunção do óbvio
Encarnamos apenas o papel do esquecido
Vestindo a fantasia de cordeirinho
Ela se abandona e mesmo linda
Sufoca seu brilho em euforia
Às vezes nem sai de casa
Fica a frente de uma tela
Talvez buscando companhia
Talvez querendo acreditar
Que ali sua solidão fosse menor..
Mas ausência de calor aos seus desejos
Faz menções a mais uma noite triste
Ela bela e avassaladora
Apenas esconde o seu espelho
Num olhar entre a entrega e o pudor
Não menos fechada que um coração magoado
E não menos fácil que as desesperadas
Assim entre a cronologia que rege sua face
Na beleza de suas formas e gestos juvenis
Mal chegou a ser mulher
E tantos sentimentos a perturbam
Que filósofo ousa a descrever
A grandiosidade de suas dúvidas
Transição entre o medo e a descoberta
Assim tantas que ainda se enxergam menos
Encontram mais de si no olhar alheio
Enquanto as que se acham acabam se perdendo
Não que o mundo seja voraz
Ou não que ele não seja feroz
Aqui numa cidade subdividida
Entre o muito e o nada
As pessoas seguem suas riquezas
E desejam mais e mais
Porque que com ela seria diferente?
Ela sai e encontra os de sempre
Nem amigos nem desconhecidos
Os de sempre, com as mesmas falas
A atração até que é diferente
Mas os medos sempre são quase iguais
E assim cegam ela
Sozinha nas noites
Acreditando precisar de companhia...
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