3 de jul. de 2007

Delírio (Olavo Bilac)


Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
- Mais abaixo, meu bem, quero teu beijo.
*
Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente. A minha boca obedecia
E os seus seios. Tão rígidos mordia.
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo
*
Em suspiros de gozo infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
- Mais abaixo, meu bem!- num frenesi.
*
No seu ventre pousei a minha boca,
- Mais abaixo, meu bem!
– Disse ela, louca, Moralistas, perdoai! Obedeci...
***

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