17 de fev. de 2007

Fim de Sobrevida e Inicio de Poemas(Fábio Sirino)

O caminho que tanto fiz
Depois de você ganhou um outro sentido
As ruas e avenidas são mais familiares
Parecem que me convidam
A visitar sua casa
E a cada “CArro” branco que avisto
Desperta o sonho e o desejo
Como se estivesse vindo me buscar
Do pesadelo que a saudade trouxe...
Assim se seguem os dias
Vendo a sua silhueta nos sinais
Achando que algo não se resolveu.
Mas sei que acabou
Sei que já me tem no passado
E por isso resolvi parti
Sem dar espaços para as despedidas
Tentando assim enganar a dor
E se a cada palavra falada
O assunto volta
Não nego que lhe penso
Respiro e comento aos amigos
-Sim eu amo, mas...
-Temos tanto em comum
E somos tão diferentes
Por que o platônico tinha que acabar?
Qual propósito da realidade que criamos
A não ser de nos distanciar?
Se aos outros nos fazíamos bem
Aos nossos olhos já era diferente
O jardim secava, estava eu na seca
Quando sua nuvem partiu
Molhando meus olhos espelhos d’água
Essência da cresça na paixão
-Seguir Estrela é sempre complicado
-Olhar para o escuro também...
Você foi minha manha
Quando só conhecia a noite
O passo seguinte
Quando só conhecia o berço
Você é o amor da minha vida
Quando mais preciso de motivo para morrer...
Aqui na parte alta da cidade
Distante dos seus
Tudo parece igual
Ao dia em que deitou em meu colchão
Que entrou em minha casa
E dormiu enquanto eu sonhava
As velas apagaram
Você decidiu seguir
Não tenho para quem dar flores
E o meu medo do ridículo
Guardou todas as declarações,
Os pedidos e suplicas
Para que não partisse
Mas assim se deu
O fim de uma sobrevida curta

E o inicio de vários poemas...

Um comentário:

Rita Mendonça disse...

Vi visitar os enfermos, os convalecentes.
Aqui é tudo tão calmo...
Um contraste com a ebulição que habita o interior dos loucos, dos hóspedes dessa casa de contrastes.
Sim, saudades do que não fomos, saudades da sobrevida.
Mas é preciso prosseguir...