8 de ago. de 2006

Poema da avareza sentimental(*Estrela)

(O que me dás de ti )

O que me dás de ti...
É tudo – e tão-somente – o que te escapa entre os dedos.
O que tuas mãos trêmulas e cerradas não conseguem me esconder –
por mais que tentes.

O que me dás de ti...
É um breve olhar de relance, desses tão negros olhos acanhados...
É um sorriso do canto de tua grande boca, mas contido.
Um acidental roçar do teu forte braço
Ou ainda que um abraço, mas chega a mim frouxo e sofrido...

O que me dás de ti...
É um corpo que me vem ao longe, já oscilante,
Pernas cambaleantes, braços que não sabem onde estar...
É nada mais que uma palavra, em voz rouca.
Um suspirar ofegante...
Subitamente interrompido.
Privado do respirar, privado do meu cheiro... impedido de me amar!
Ainda assim, me vem ao longe seu coração sem cadência, assustado.

O que me dás de ti...
Pensamentos, censurados,
Desejos, ousados – mas secretos e discretamente sonegados.
E uma aparente – mas construída – indiferença,
O que acentua o teu charme blasé e reputação de “pessoa mal resolvida”.


O que me dás de ti,
O que somente me dás de ti, sem sovinices,
É a tua ausência...Com esta, me brindas em abundância!
Ah, a lentidão das horas que me visitam e se passam sem que eu perceba a tua luz...
Mas ainda que eu te mereça pouco...
Tão pouco, assim...
É menos do que a mim caberia...


(Poema enviado pelo orkut. )
Que as mulheres façam poemas como fazem vida. +
+Fábio Sirino.

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