O primeiro dia após o fim
É uma ressaca doida e sóbria
Pois na noite anterior,
O adeus fica martelando os sonhos
As projeções, as expectativas e os planos
Todo que se foi pelo ralo, nas lágrimas
Da alma a sarjeta onde estou
Onde penso estar, mesmo sabendo da saída
Fico eu vivendo essa dor, esse medo e esse amor
Lógico que eis a primazia que sempre busquei
Cor da vida que tando desejo
Lógico quanto à vinda da morte
Como meu olhar vazio procura tua imagem
Como teu cheiro, invade meu eu
E como eu, meu desejo sucumbe a tua alma
A tua força e as tuas duvidas
O primeiro dia é sempre assim
Parecemos até mais fortes do que estamos
E quando olho no espelho
Meus olhos refletem os teus
Minha mão busca a tua
E longe isso corta o peito e me deixa nú
Quero então uma bala
Um revólver e coragem para dar-me fim
Assim sem cartas ou testamentos
Sem ti a vida some, perde claridade
Sem ti o sol já não brilha
E se for para teu bem
Assim serão meus dias
Sem brilho nem claridade
Sem cheiro de menina arteira
Menina levada às melodias e movimentos
Uma grande mulher de alma rara
Corri para longe e sei que fui injusto
Mas não covarde como pensas
Enfrento a distância do que mais quero perto
Por escolha, ou por imposição do destino
Queria mais que isso, quero formalidade sim.
Namoro de porta até
Quero mais filhos e sonhos
Projeto de vida a dois
Quero dizer todos os dias que te amo
Mais que ontem e menos que amanhã
Que só a morte nos separa
Mas é dia de calar e seguir
Sem a noite de quarta no calendário
Pois para mim ela ganha um outro nome
E a quinta o mesmo
O resto da semana chamem do que quiser
Mas sem ti, eu a chamo de tédio...
"Aqui se encontra idéias poéticas, aqui se encontra paixão, prazer, dor, lagrimas e sorrisos, um espaço para que eu possa postar minhas manias em escritos que não necessariamente atendem as expectativas do outro e tão pouco a formalidade ortográfica, aqui não há compromissos com acertos e sim com a ousadia da tentativa e intensidade dos sentimentos e sonhos meus."
9 de jul. de 2007
O primeiro dia...(Fábio Sirino)
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