No fim da tarde
As coisas ganham o verdadeiro sentido
Na realidade mais dura e cruel da vida
Depois dos sonhos que mal sonhei
Depois dos poucos momentos de sorriso
Um soco em minha alma
Ou apenas mais uma despedida
Outro momento de choro
Que resposta Deus nos dar com isso?
Esperei a noite como se fosse eu a morrer
Eu a sofrer, só num apartamento de paredes brancas
E insisto nessa repetição
Pois assim, se dão meus dias
Minhas vitórias
Como num livro sem escrituras ou fotos
Como ser quem sou, antes de me sentir algo?
Antes de me sentir parte de algo
E no nada que me incomoda
Vejo de dentro o vazio dos segundos que se seguem
Antes que me leve uma recordação
Mais um dia de minha vida
Eu quero gritar
Eu quero chorar e poder cair
Antes que diga-me que é tarde demais
Quero tentar e tentar até cansar
Vejo então as despedidas de uma outra forma
Vejo os fatos que se seguem assim também
E se como não bastasse
Repito-me na forma de ver toda essa mudança
E por isso me calo
Mesmo querendo gritar
Mesmo precisando chorar e cair
Talvez, hoje, eu faça um testamento e me mate...
Mas minha vontade de viver é tão maior que eu...
Meu desejo de amar é tão maior que eu...
Que naufrago em esperança já desiludidas
Já fadadas ao fracasso
E nele, eu a lutar, eu a seguir, eu a calar...
Porra! Mais o que fazer?
Se a resposta de Deus não cala a minhas perguntas...
Deixo meu filho e minha música,
Deixo poemas e risos para posteridade,
Ou deixo dívidas e inimizades?
Desejo o mundo e o que tenho?
Uma força que não enxergo
Amigos mórbidos que se matam
Amigo forte que clamam por mim
Um coração enorme que sofre mais
Não! Eu tenho apenas medo de me sentir ridículo.
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