Eis que
Adão descobriu o sabor do pecado
Para dali
por diante
O homem
fazer da culpa o limite para seus instintos
Seus
desejos e vontades
Fomos então
moldando nosso entendimento
O certo e errado
Moldando
formas corretas de amar
Proibindo
formas erradas de se apaixonar
Como se
nosso coração e instintos
Pudessem
apenas serem controlados
Enquadrados
e identificados
Padronizados
E assim
fomos escondendo nossos e desejos tortos
Passamos a
naturalizar a hipocrisia
Tudo em
nome do convívio civilizado cristão
Excedemos
na imposição do tido por normal
Excedemos
nas punições aos diferentes
Excedemos
no policiamento e nas vigílias
Pois tudo
que fugia a nossa curta compreensão
Precisava
ser exorcizado
Mas qual
regra pode conter uma paixão
Quais
olhares apagam o brilho de um encanto
No passar
do tempo
Uma coisa só ficou provada
Vencer nossa
humanidade
E ludibriar
nossas fragilidades
É uma
batalha perdida
Diante de
todas as regras
A
disseminação do pecado
Para evitar
o prazer
E a
liberdade do pensar
Eu que já
me sinto velho
Encaro esse
novo de novo
Com muito medo
e precaução
Pois hoje
já prevejo o fim
Igual a
todas as outras historias que vivi
Sem expectativa
Antecipo
qualquer possibilidade de fracasso
Não permitindo
que outros sentimentos possam nascer
Crescer,
reproduzir e morrer
Pois todo amor
Fora criado por Deus
Para ser
eterno.