8 de jul. de 2007

FIM... (Fábio Sirino)


Há noites propícias para uma despedida
Há dias que as coisas
Têm uma outra forma de serem vistas
E minha visão inebriada
Toma forma e ganha humidade
Ao contrário de Elisa, farei de sacanagem
Mas talvez não para bem, ou pra inocência
Mas voltarei à dureza e a hostilidade
Que me trouxeram até aqui.
*
Aqui nessa madrugada,
Onde não me acompanho e “me abandono”
Nas ruas estreitas e antigas da cidade velha
Ruas vazias e sofridas, ruas de sonhos e medos
De gente e de almas que já se foram
Partiram e seguiram suas estória
Fecharam seus círculos
Ou como eu, tiveram medo e ficaram calados
*
Agora é hora de gritar
Mandar a merda tuas inseguranças
Os teus desejos que me cortam a alma
Quero mais do pode me dar
E agora acho que tinhas razão
Quero mão, pé, boca e sexo explícito
Quero um vinho e um baseado
Mas não esconderijo ou abrigo
E sim liberdade sem mentira
E sim doação sem cobrança
*
Deixe-me seguir então
Perto dos fracassos que não te pertencem
Perto dos sonhos que não são teus
Do amor que não pode me dar
Deixe-me calar e pegar a Piedade
Que ele me leva em casa
Volto para perto das nuvens
E do meu disco voador
E desejo a te a melhor dança e a melhor noite
O melhor sonho e o maior amor
Que já sonhou um dia ter vivido
Porque pra mim acabou
E eu já deveria ter partido...
***

Nenhum comentário: