1 de abr. de 2006

Minha estrada (Fabio Sirino)


Até que se tarda o fim
Estou de portas e braços escancarados
Como se esperasse por quem já não vem mais
Estou em casa e sinto-me alheio as coisas
As minhas coisas, as coisas que já desconheço...
Vou para rua, e a tomo como meu lar
Por vezes sinto-me dela
Como um apaixonado por cada pedaço do asfalto
Sigo sozinho num flerte de homem e rodagem
Conto a ela minha vida
Mentiras que os outros acreditam
E verdades que me negam
Sou o estereótipo do que foi expulso
E entendo o medo e a exigência do outro
Sou então, ambas as partes que fazem a estrada,
A areia, a pedra, o pinche e o cimento...
Antes de chorar ou morrer
Continuarei a andar e sorrir sozinho
Fazendo do resto de vida que desprezo
Um engodo, ou a mais inocente palavra
Que pronunciei quando criança...



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