30 de ago. de 2005

Manicômio Judiciário II (Fábio Sirino)

A Bailarina...

Os loucos são poucos
Lindo mesmo é a bailarina
Que dança e tripudia
Fazendo do impossível imaginário
Real literal
Em passos e movimentos

Aqui dentre essas paredes brancas
Paira um clima marginal
Mesmo com tantas arvores e plantas
O muro não nos deixa esquecer
(Que estamos presos)
E gritamos para ela dançar
Num espetáculo solo
Ela sorri e dança sem musica

São alucinações suas coreografias
Num rito vezes calmo, vezes frenético,
Ela se movimenta
Num palco gigantesco
Que mal cabe em sua cabeça

Enquanto os outros
Observam os muros altos
A bailarina continua a dançar
Dentre as paredes brancas
Do Manicômio Judiciário
Onde ela vaga por uma eternidade...

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